Manifestantes em Nova Iorque se solidarizam com os trabalhadores da Amazon no Alabama

Segunda maior empregadora privada estadunidense, com mais de 800 mil assalariados, a Amazon tem impedido a organização sindical dos seus trabalhadores em boa parte do país, transformando suas unidades em fonte de constante abuso e exploração.

A denúncia é dos seus próprios funcionários, que apontam a sindicalização como atividade de alto risco para a integrdade do salário e mesmo para a continuidade no emprego. Exemplo vivo disso, destacam, são os cerca de seis mil trabalhadores do depósito de distribuição da Amazon em Besseme, no Alabama. Há semanas eles vêm sendo chantageados das mais diversas formas a abrirem mão de conformar uma entidade sindical.

Na tentativa de maximizar os lucros com a força de trabalho, vale tudo na baixaria antissindical: retirada dos celulares durante os turnos; pausas exíguas para almoçar e ir ao banheiro e corridas contra o tempo para percorrer uma distância equivalente a 14 campos de futebol americano desde a entrada do complexo para bater o ponto a tempo. Buscando impedir o contato, o atraso pode custar o corte do salário e, inclusive, levar à demissão, denunciam os trabalhadores.

A fim de cultivar o medo e manter presente a sombra do desemprego, em tempos de pandemia, a Amazon tenta convencer os funcionários que o Sindicato só lhes custaria dinheiro pelas contribuições, enviando SMS diários e mensagens explícitas, em um site criado para desencorajar a mobilização.

Os abusos da empresa forçaram a promotora do Estado, Laetitia James, a abrir um processo. “Não é minha intenção expulsar a Amazon da cidade, e sim proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores”, frisou.

A última vez que os trabalhadores da Amazon tentaram se organizar foi em 2014, em uma iniciativa residual que não foi bem-sucedida quando 21 técnicos de um depósito em Delaware votaram contra a união à Associação de Maquinistas. Seis votaram a favor.

A transnacional estadunidense tem 1,3 milhão de empregados em todo o mundo.