O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello

O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello, contratou o advogado Zoser Hardman, especialista em defender milicianos, inclusive os do grupo que assassinou a ex-vereadora do Rio, Marielle Franco, para ajudar em sua defesa na CPI da Pandemia.

Zoser Plata Bondim Hardman já tinha sido indicado por Pazuello para assessoria especial no Ministério da Saúde, cuja função não ficou clara.

O advogado atuou na defesa de Daniel Santos Benitez Lopes, que foi condenado por assassinar a juíza Patrícia Acioli, em 2011, e o ex-vereador do Rio, Cristiano Girão, condenado por chefiar milícia e que é suspeito de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

Hardman também defendeu Ricardo Teixeira da Cruz, chefe da milícia Liga da Justiça, e Wallace Almeida Pires, chefe da milícia da Gardênia Azul.

Com medo da CPI da Pandemia, já que não atuou para preservar vidas e impedir a disseminação do coronavírus no Brasil, Eduardo Pazuello está fazendo de tudo para evitar que tenha que depor na Comissão.

Primeiro alegou que estava com suspeita de Covid, o que foi desmentido pelo fato de que recebeu a visita do ministro Onyx Lorenzoni. Agora está planejando entrar com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o depoimento ou pelo menos ter o direito de permanecer calado.

Os ministros que precederam Pazuello, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, relataram que Jair Bolsonaro os pressionou pelo uso de cloroquina no tratamento de Covid e pelo combate às medidas de quarentena.

Bolsonaro chegou a sugerir e apresentar um plano para a mudança na bula da cloroquina, onde seria inserida a fraude de que o medicamento age contra o coronavírus.

Pazuello, que já falou diversas vezes que seguia todas as ordens de Bolsonaro, aplicou o plano do presidente. Quando foi para Manaus, depois que o sistema de saúde colapsou pela alta nos casos de Covid, o ministro lançou um aplicativo que orientava os médicos a receitarem cloroquina. Além de financiar uma equipe, paga com o dinheiro público, para disseminar a cloroquina nos hospitais de Manaus.

Além disso, Pazuello, a mando de Bolsonaro, recusou 11 ofertas feitas por farmacêuticas para compra de vacinas contra a Covid.