Adepto de Ivermectina, líder “antimáscara” dos EUA morre de Covid
Caleb Wallace, líder de um movimento antimáscara nos Estados Unidos, morreu neste sábado (28) de Covid-19, se negando até mesmo a fazer o diagnóstico ou a procurar ajuda médica. “Ele era tão cabeça dura”, definiu a esposa, Jessica, que ficou só, grávida e com as três filhas. “Não queria ir ao médico, porque não desejava fazer parte das estatísticas dos exames de detecção de Covid”, disse.
A notícia foi divulgada por Jessica em uma página de campanha de arrecadação de fundos criada para pagar os gigantescos custos de saúde do marido, que adoeceu no dia 19 de julho e acabou internado com a doença desde o dia 30 de julho.
Como registrou a imprensa estadunidense, ao apresentar os primeiros sintomas do coronavírus, o fundador do grupo “The San Angelo Freedom Defenders” (Defensores da Liberdade de San Angelo) preferiu não fazer o teste de diagnóstico nem procurar ajuda médica, passando a recorrer à Ivermectina, vitamina C, zinco e ácido acetilsalicílico (todos ineficazes no combate à Caovid, segundo os cientistas).
Negacionista, o movimento de Caleb pregava a necessidade de “educar e capacitar os cidadãos a fazerem escolhas informadas sobre a política local, estadual e nacional e encorajá-los a participar ativamente de seu dever de garantir direitos dados por Deus e protegidos constitucionalmente”, conforme informou o The New York Daily News. Com este objetivo, a seita chegou a organizar um comício antimáscaras no dia 4 de julho do ano passado, chamado “The Freedom Rally”. Mais tarde, em dezembro, em oposição às recomendações da Organização Mundial da Saúde, o grupo publicou uma mensagem na sua página oficial defendendo que as máscaras não eram eficazes para prevenir contra a pandemia.
Há poucos dias, precisamente no dia 19 de agosto, um casal do Texas que “não confiava” na vacina contra o coronavírus morreu por complicações da doença no hospital da University of Texas Medical Branch. Eles eram pais de quatro crianças com idades entre 18 e 11 anos.
E os dados se repetem com mais intensidade nos Estados ultraconservadores, como o sulista Alabama, que registra oficialmente a menor taxa de imunização do país: apenas 36% dos habitantes receberam as duas doses contra a Covid-19. Completamente fragilizada frente ao vírus, 95% do total de mortos pela doença no Estado não haviam sido vacinados.