A maioria dos reajustes salariais e acordos coletivos de trabalho ocorridos no mês de maio ficou abaixo da inflação, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados levantados pelo Mediador do Ministério do Trabalho.

De acordo com os dados, 54,5% dos reajustes e negociações salariais perderam para a inflação. Os que tiveram aumento real, ou seja, superior à inflação, foram apenas 13,4% dos trabalhadores, mas, destes, 90% tiveram ganhos somente de até 0,5% acima da inflação. Os dados revelam ainda que 32,1% tiveram reajuste no mesmo patamar inflacionário.

A pesquisa aponta ainda que, desde janeiro de 2021, ocorre uma diminuição real média dos salários. Em maio, a variação média dos reajustes foi de -1,28% e para que os ganhos reais fossem preservados, os reajustes deveriam ter sido de 12,47%.

Já no acumulado de 2022, 44,7% dos reajustes ficaram abaixo do INPC acumulado.

Os que ficaram no mesmo patamar foram 32,9%, um aumento em relação aos 31,6% de abril. O menor percentual – 22,4% – se refere aos reajustes que ficaram acima do acumulado de 12 meses do INPC no momento da finalização da negociação, uma piora em relação aos 27,2% do levantamento anterior.