Abrava defende fim da paridade internacional de preço dos combustíveis
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, solicitou ao governo federal que acabe com a política de paridade de preço no mercado internacional da Petrobras, conhecida como PPI, para reduzir os custos dos combustíveis aos brasileiros, em um contexto de aumento expressivo da cotação internacional do petróleo.
O acirramento conflito entre Rússia e Ucrânia causou uma nova elevação dos preços do barril do petróleo no mercado internacional, chegando próximo aos US$ 118, o maior valor desde 2008. Enquanto isso, a direção da Petrobras já avalia novos aumentos do preço dos combustíveis no território nacional.
Esse arranjo favorece os importadores de combustíveis, apesar do Brasil ter alcançado a autossuficiência na produção de óleo bruto. Os acionistas da estatal se beneficiaram ainda mais. Em 2021, a Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 106,668 bilhões. Na semana passada, a direção da estatal anunciou a distribuição de R$ 37,3 bilhões adicionais em dividendos, elevando para R$ 101,4 bilhões o lucro dos acionistas.
Para Landim, é insuficiente o governo tentar diminuir os custos dos derivados de petróleo no País com a Proposta de Emenda da Constituição dos combustíveis. Ele aponta que com a alta internacional do petróleo, na prática, a política do PPI é prejudicial para os cidadãos.
“Se levarmos em consideração que a Petrobras teve um salto em seu lucro líquido de 1.400%, que corresponde a R$ 106,7 bilhões, fica muito claro quem é que lucra com isso, e não são os brasileiros. Ele defende que o governo abandone a PPI, pois ela “atinge em cheio os caminhoneiros”.
Anteriormente, em entrevista à Folha de S. Paulo, Chorão defendeu a proposta em discussão no Congresso da criação de um fundo para “estabilizar e aos poucos baixar o preço dos combustíveis”.
“Vendemos nosso petróleo em real e compramos em dólar”, criticou.