Carol Solberg | Foto: reprodução

O julgamento da atleta de vôlei de praia, Carol Solberg, foi adiado por conta dos pedidos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Movimento Nacional de Direitos Humanos para fazerem parte do processo.

As entidades pedem a absolvição de Carol e argumentam que a denúncia contra a atleta é uma “afronta ao direito da liberdade de expressão”.

Uma onda de solidariedade à jogadora tomou conta de vários setores da sociedade, que veem no julgamento um ato de perseguição à atleta.

O julgamento, que aconteceria nesta terça-feira (6), às 18h, terá nova data.

No Instagram, Carol comentou: “Julgamento adiado. Sigo treinando forte e muito feliz de poder me dedicar a um esporte que gosto tanto!”.

O relator do processo no STJD, o advogado Robson Luiz Vieira optou por adiar o julgamento para avaliar o pedido e submeter o caso de volta à procuradoria.

Segundo o artigo 55 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) a “intervenção de terceiro poderá ser admitida quando houver legítimo interesse e vinculação direta com a questão discutida no processo, devendo o pedido ser acompanhado da prova de legitimidade, desde que requerido até o dia anterior à sessão de julgamento”.

Depois de ganhar a medalha de bronze no circuito brasileiro de vôlei de praia, Carol Solberg concedeu uma entrevista ao canal SporTV e disse “só para não esquecer: fora, Bolsonaro!”.

Bolsonaristas e acumpliciados fizeram um escarcéu e partiram para a perseguição à atleta.

Ela foi denunciada pelo subprocurador geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Wagner Dantas, que argumenta que ela teve uma “conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva”.

No entanto, como diz o presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “a Constituição é muito clara. Essa liberdade de expressão, dentro do sistema democrático, é clara”. E o CBJD não está acima da Constituição.

Maia disse que a denúncia contra Carol Solberg é “errada, arbitrária” e “não tem base nenhuma para avançar na Justiça Esportiva brasileira”.

“Essa posição da Justiça Esportiva, pelo menos daqueles que estão atacando, é uma posição, do meu ponto de vista errada, arbitrária, que não tem base nenhuma para avançar na Justiça Esportiva brasileira”, declarou o presidente da Câmara.

O presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Brasileiro (CACOB), Tiago Camilo, disse que “nossa Comissão almeja que a atleta possa ter um julgamento justo e com a mesma jurisprudência de casos anteriores envolvendo atletas brasileiros”, como os de Felipe Melo, jogador de futebol do Palmeiras, e Wallace e Maurício Souza, jogadores de vôlei, que exibiram apoio público a Bolsonaro, durante entrevistas na imprensa, durante as eleições de 2018 e não sofreram a mínima admoestação.