Leneal Lamont Frazier (tio), Darnella e destroços dos veículos.

Darnella Frazier, a jovem que no ano passado gravou o assassinato do cidadão negro George Floyd, ajudando a desencadear um amplo movimento contra o racismo a nível mundial, denunciou a Polícia de Minneapolis (EUA) como responsável pela morte de seu tio, Leneal Lamont Frazier.

“Estou tão doída… Nada parece real. Despertei com a mais horrível das notícias: a Polícia de Minneapolis matou meu tio. Outro homem negro perdeu a vida nas mãos da Polícia!”, afirmou Darnella. Segundo a jovem, os agentes estavam forçando um tipo de abordagem completamente indevida para os padrões da localização, quando ocorreu o trágico acidente.

“Acabaram vocês com uma vida inocente ao tentar pegar outra pessoa”, condenou Darnella, frisando que as forças de segurança “tomaram a má decisão de empreender uma perseguição em alta velocidade numa via residencial”. “E essa má decisão custou a vida do meu tio”, acrescentou.

“Não é justo que a Polícia possa simplesmente matar as pessoas. Por favor, orem por minha família. Tio, te amo. É difícil para mim aceitar que não voltarei a te ver”, concluiu.

Segundo a Polícia, estava sendo realizada uma perseguição a um carro que presumiam roubado, quando ocorreu o choque com o veículo em que ia Leneal. Com “múltiplos ferimentos contundentes”, este não resistiu e foi declarado morto pouco depois.

No mês passado, Darnella recebeu uma menção especial do Prêmio Pulitzer nos Estados Unidos por ter filmado o assassinato do ex-segurança negro George Floyd. Foi dito na decisão que ela desempenhou um papel fundamental de cidadão na busca jornalística da verdade e da justiça.

O vídeo, gravado pela então garota de 17 anos, foi usado como prova no julgamento contra Derek Chauvin. O agente havia imobilizado o afro-americano – por suspeitar que tivesse utilizado uma nota falsa de 20 dólares para comprar cigarros – algemado e mantido sufocado por quase dez minutos, pressionando o joelho contra seu pescoço.

No dia 25 de junho, após 13 meses de manifestações e protestos antirracistas, o ex-policial branco Derek Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato de Floyd.