Boa notícia: com a onda Lula e o antibolsonarismo, cerca de metade da população brasileira se identifica mais com o “espectro ideológico de esquerda”. É o que aponta pesquisa Datafolha, com base nas ideias do eleitorado “sobre comportamento, valores e economia”.

A proximidade maior com a esquerda “alcança hoje 49% da população” – maior percentual em favor do nosso campo desde 2013. Além disso, “34% têm ideias próximas à direita e 17% se localizam ao centro”.

A mudança em cinco anos é expressiva: em 2017, no levantamento anterior, “havia uma divisão mais igualitária entre direita (40%) e esquerda (41%)”.

Para chegar à divisão, o Datafolha entrevistou 2.556 eleitores de todo o País nos dias 25 e 26 de junho, com perguntas sobre temas como “como drogas, armas, criminalidade, migração, homossexualidade e impostos”.

A Folha de S.Paulo divulga um curioso recorte da pesquisa: “O pensamento de esquerda é mais forte entre mulheres, jovens de 16 a 24 anos, quem tem renda familiar de até cinco salários mínimos e pretos”.

Por sua vez, “a direita se concentra em homens, faixa etária acima dos 60 anos, pessoas com renda acima de dez salários e brancos”.

A esquerda faz mais sucesso entre as mulheres (55% delas) do que entre os homens (42% deles). É também o campo de 67% dos brasileiros mais jovens. A direita, ao contrário, seduz 41% dos homens e 27% das mulheres, além dos mais velhos.