Manifestação foi convocada pelo movimento sindical belga

80 mil pessoas participaram, na segunda-feira (20), de uma manifestação em Bruxelas, capital da Bélgica, contra a carestia e denunciando que as sanções impostas pelos Estados Unidos, e seguidas cegamente pela União Europeia, contra a Rússia estão se voltando contra eles próprios.

Foram realizadas greves e paralisações em diversos setores, inclusive no aeroporto da cidade, que cancelou voos. Apenas algumas linhas de trens funcionaram durante o dia, em parte para levar pessoas de outras cidades para participarem do protesto.

Vídeos e fotos do protesto mostram cartazes pedindo para o governo gastar “dinheiro em salários, não em armas”, se referindo aos armamentos que estão sendo enviados para a Ucrânia para a guerra contra a Rússia.

Os manifestantes também diziam “parem a Otan”, que é a organização militar liderada pelos Estados Unidos cujo expansionismo em direção as fronteiras russas foi causa central para provocar o conflito na Ucrânia.

Segundo os sindicatos de trabalhadores de Bruxelas, 80 mil pessoas participaram da manifestação.

Em junho, a inflação na Bélgica chegou a 9%, no acumulado de 12 meses, o que significa o maior valor em quatro décadas. O mesmo está acontecendo em outros países europeus que aderiram às sanções dos EUA contra a Rússia, como a França, cuja inflação, que atingiu 5,2%, é a mais elevada desde 1985.

Os manifestantes belgas também exigiam cortes nos impostos sobre produtos de consumo.

Na convocação para a manifestação, a Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB) afirma que “a vida está cada vez mais cara. Os preços do gás, da eletricidade, do combustível, da gasolina, do diesel, mas também do pão, do café, das massas, tudo está subindo depressa… Exceto os salários!”.

A Federação ainda aponta que o preço do café subiu 14%, o do pão 10%, do papel higiênico 11% e o do macarrão 26%.

Bruxelas é a cidade que sedia a Otan e a Comissão da União Europeia.