O vereador do PCdoB de Campinas (SP), Gustavo Petta, integrante do Comitê Central do PCdoB, testemunhou nesta sexta-feira (12) no processo aberto no Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), que investiga crime de racismo na Câmara Municipal de Campinas contra a vereadora negra Paolla Miguel (PT).  “Ficamos mais fortes mas isso não basta. Vamos continuar exigindo a apuração, a política já deu alguns passos para impedir que a impunidade seja a energia para esses criminosos continuarem agindo”, declarou Gustavo.

Na segunda-feira (8), a vereadora Paolla discursava na tribuna quando alguém gritou “preta lixo”. Gustavo Petta denunciou o racismo: “Estamos ouvindo aqui manifestações racistas. Racismo é crime. Quero a requisição dos vídeos e de captação do som. A pessoa vai pra cadeia”, afirmou na ocasião o parlamentar.

Gustavo Petta disse que nunca havia presenciado esse tipo de manifestação na Casa. “Absurdo. Ouvimos pessoas no plenário gritando ‘preta lixo’. Vamos pegar as gravações, vamos atrás, porque esse tipo de manifestação é crime. Eu nunca vi isso em sessão”, reiterou o vereador.

No momento da sessão, o plenário recebi um grupo de pessoas – com bandeiras do Brasil e de Israel – que pressionavam pela aprovação de um requerimento de urgência de autoria do vereador Nelson Hossri (PSD). O objetivo do parlamentar era colocar em debate projeto de autoria dele que proíbe a exigência do comprovante de vacinação na cidade. A iniciativa do vereador do PSD não obteve apoio dos demais parlamentares.

Agressão

Gustavo Petta relatou nas redes sociais que o grupo na Câmara “era fortemente identificado com o bolsonarismo”. Após denunciar na tribuna o racismo contra Paolla, o vereador foi agredido. “Fiz uma fala indignada com as cenas lamentáveis que presenciamos e exigi punição. Ao descer do púlpito, fui agredido verbalmente, ameaçado e empurrado pelo vereador Nelson Hossri. A agressão só não foi maior, porque o vereador Carlinhos Camelo impediu”.

Nesta quarta-feira (10), Gustavo participou de ato em apoio à Paolla que foi realizado na Câmara de Campinas e que recebeu a solidariedade de 32 vereadores. “O isolamento das forças racistas e negacionistas revelaram que é possível construir diálogo para defender a civilização”. Nelson Hossri foi o único vereador que se posicionou contra o ato em solidariedade à vereadora.

Por Railídia Carvalho