O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Covid-19 (Pnad Covid-19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a crise agravada pela pandemia do novo coronavírus – e a falta de planejamento e ação do governo federal – deixou 7,1 milhões de trabalhadores sem nenhuma espécie de remuneração, no mês de junho.
Apesar do número ser menor do que o registrado em maio (quando 9,7 milhões estavam sem renda), ainda corresponde a quase metade do total de pessoas que estão afastadas do trabalho. Cerca de 14,8 milhões de trabalhadores estavam afastados de suas atividades laborais em junho, o equivalente a 48,4% dos 83,4 milhões de trabalhadores do país.
De acordo com a pesquisa, a taxa de desocupação chegou a 12,4% em junho, “um aumento de 1,7 ponto percentual em relação a maio (10,7%)”. Como reflexo da flexibilização da quarentena em muitos estados e municípios, o afastamento do trabalho entre os empregados com carteira assinada caiu de 18,6% em maio para 14,2% em junho.
O diretor adjunto de pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, afirma que esse aumento na desocupação tem relação direta com a flexibilização do distanciamento social. “Isso implicou no aumento da população na força trabalho, já que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia reduziu frente a maio. Elas voltaram a pressionar o mercado”, afirmou o diretor adjunto de Pesquisas.
A pesquisa não é comparável com os dados da Pnad Contínua, ferramenta oficial de medidas de emprego e desemprego, por conter metodologias de pesquisa distintas.