Inflação, juros altos, desemprego elevado e estagnação econômica levaram mais de 2 milhões de brasileiros para a inadimplência desde o início de 2022. Segundo pesquisa mensal da Serasa Experian, divulgada nesta sexta-feira (17), o número de pessoas que não conseguiram pagar suas contas bateu um novo recorde em abril, passando para 66,1 milhões de inadimplentes – o maior da série histórica iniciada em 2016.

Com as rendas cada vez mais pressionadas, só muito pouco para colocar comida na mesa e pagar as contas. A inflação de dois dígitos há praticamente um ano atinge sobretudo os alimentos. Atualmente, os trabalhadores empenham quase 60% do salário mínimo para adquirir uma cesta básica.

De acordo com o Serasa, a maior parte das dívidas não pagas são aquelas contraídas com os bancos através do cartão de crédito: 28,1% dos débitos. Os juros do cartão, acompanhando a taxa básica (Selic) estipulada pelo próprio governo, é de mais de 300% ao ano.

O destaque da pesquisa é a parcela de brasileiros deixando de pagar até mesmo as contas básicas: 22,9% das dívidas. Ou seja, a gravidade da situação econômica é tamanha que as famílias estão correndo o risco de ficar sem acesso aos serviços básicos de água, luz e gás.

Depois vem as dívidas não pagas com as Financeiras, com 12,4% de participação nos casos de inadimplência.

Em abril, a soma das dívidas chegou a R$ 271,6 bilhões.

EDIÇÃO: Guiomar Prates