Neste momento difícil em que enfrentamos uma pandemia da covid-19, vários países do mundo vivem uma crise de instabilidade política profunda. Instabilidade, em geral, gerada pelos seus governantes.

Por Vanessa Grazziotin*

Assistimos os Estados Unidos viver um grande processo de mobilização popular da juventude, que não é apenas contra o racismo e contra o fascismo, mas também contra o próprio presidente Donald Trump.

No Brasil vivemos uma situação semelhante. Jair Bolsonaro agrava a cada dia mais a nossa crise. Não há uma semana e nem um dia sequer em que o presidente não afronte a nação brasileira com seus atos, atitudes, falas, com as suas decisões gravíssimas que colocam em risco a nossa própria democracia e o nosso Estado Democrático de Direito.

Bolsonaro continua a tratar o coronavírus como se fosse uma simples “gripezinha”. Apela à cloroquina, à hidroxicloroquina, ao enxofre, ao alho. Por último, distorcendo a fala de uma dirigente da Organização Mundial de Saúde (OMS), chamou novamente a população brasileira a voltar ao trabalho e a viver uma situação de normalidade dizendo erroneamente que os assintomáticos não transmitem a doença.

Jair Bolsonaro não tem sido a solução para o Brasil. Pelo contrário, tem se apresentado como o maior problema para o país. Fato que fez com que parte importante da população e da militância, principalmente jovens, nos últimos domingos fossem às ruas das capitais para dizer um basta à Bolsonaro e aos seus apoiadores. Estes, minoritariamente, também tomam praças, sobretudo aos domingos, levantando bandeiras, faixas e cartazes que pedem o fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e intervenção militar com Bolsonaro. O que vemos é um presidente não apenas passivo quanto essas ilegalidades, mas que apoia este tipo de ato.

Portanto, é importante que continuemos no processo de mobilização popular. Precisamos reunir uma maioria da população brasileira, para que juntos possamos somar forças e dizer “chega de Bolsonaro!”. Ele não apenas não está tendo capacidade de enfrentar a crise da covid-19, também não terá – como não tem – capacidade de enfrentar a crise política que se agrava a cada dia.

Se queremos ter esperanças de um Brasil melhor, que cuide da sua gente, enquanto a nossa economia se desenvolve, obviamente, com uma mão forte do Estado, temos que entender que isso não será possível com Bolsonaro a frente da Presidência da República.

Para além da necessidade de mobilizar amplas massas no Brasil, precisamos unir todos os democratas, todos os antifascistas. É preciso maturidade, é preciso responsabilidade para fazer isso. Mas temos que entender a necessidade dessa ação. Formar uma frente ampla que tenha um único objetivo: defender a democracia, o estado de direito e dizer: “não, Bolsonaro, com você não é mais possível continuar”. A partir daí poderemos ter perspectiva de dias melhores.

Os caminhos para isso estão postos. Temos mais de 30 pedidos de impeachment no Congresso Nacional e temos seis processos contra Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Processos graves que deixam o presidente desequilibrado, porque ele, mais do que ninguém, sabe que as provas sobre o quanto a sua campanha foi mentirosa e ilegal são robustas. Ele sabe que se elegeu na base das fake news.

Portanto, reunir em frente ampla, hoje, todos os setores antifascistas da sociedade é fundamental para que possamos construir um futuro melhor para a nossa gente.

______
As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do