As tarifas e taxas cobradas pelos quatro maiores bancos de seus correntistas, apenas entre janeiro a setembro de 2019, totalizaram R$ 24,2 bilhões. O valor representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2018. A cifra é maior que o dobro da inflação (2,89%) medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período.

O banco Itaú foi o que mais faturou com R$ 9,83 bilhões de receitas, registrando aumento de 5,25% em relação ao mesmo período de 2018. O Bradesco, segundo maior banco privado do país, obteve ganhos de R$ 5,73 bilhões, ou + 7,5%, e o espanhol Santander, maior banco comercial estrangeiro operando no Brasil, bateu recorde com R$ 2,86 bilhões de receitas, com um aumento maior que seus concorrentes em +15,4%. O Banco do Brasil obteve R$ 5,75 bilhões, um crescimento de 6%.

Considerando-se os 293 milhões de contas correntes somadas dos quatro bancos, entre pessoas físicas e jurídicas, cada uma delas custou, em média, R$ 82,47 para os seus titulares, em tarifas, no período considerado. Ao se projetar as despesas que serão acrescidas até dezembro, essa média deverá atingir R$ 110,00 para o ano. Os dados são do site UOL .

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), com 70 pacotes de serviços ofertados pelos maiores bancos do país, mostrou ter ocorrido um reajuste médio de 14%, entre abril de 2017 e março de 2019, quase o dobro da inflação no mesmo período, de 7,45%, também pelo IPCA.

Lucro recorde, apesar da crise

As taxas, contudo, representam apenas uma pequena fração da arrecadação dos bancos.

Em outubro o Banco Central apresentou Relatório de Estabilidade Financeira que reporta recorde de lucros dos bancos: R$ 109 bilhões entre julho de 2018 e junho de 2019. Esse é o maior lucro nominal (sem considerar a inflação) em 25 anos, desde o lançamento do Plano Real, em 1994.