42% das negociações salariais em janeiro resultaram em perdas
Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostra que 42,3% das negociações de reajustes salariais, em janeiro, ficaram abaixo do valor necessário para a recomposição do poder de compra dos salários. Dos 324 reajustes analisados pela pesquisa, 34,6% alcançaram aumentos reais e 23,1% dos acordos conseguiram repor percentual igual ao da inflação do período.
Em comparação com o mesmo mês de 2021, os resultados de janeiro de 2022 são melhores. No ano passado, apenas 10,8% dos reajustes incluíram ganho real e 28,8 % tiveram reajuste igual a inflação do período. 60,5% tiveram dos reajustes estavam abaixo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência salarial.
“Em relação à variação real média – equivalente à média dos reajustes após desconto da inflação – os dados de janeiro de 2022 seguem em valor muito próximo ao observado nas duas datas-bases anteriores (em torno de -0,6%) e são idênticos aos apurados em janeiro de 2021”, diz a pesquisa.
Os melhores resultados foram no setor da indústria, onde cerca de 45% dos acordos e convenções coletivas de trabalho com cláusulas de reajustes apresentaram ganhos reais de salários. Os acordos com reajustes iguais à inflação no setor foram em 17,6% das negociações; e perdas reais foram em 37,8%.
No setor de serviços 45,3% dos acordos e convenções coletivas amargaram perdas salariais com reajustes abaixo da inflação do período. 32,3% ficaram acima do INPC e iguais ao índice corresponderam a 22,4%. No comércio, 45,8% dos reajustes foram iguais à inflação; 25% ficaram acima do índice inflacionário; e 29,2%, abaixo.