Em outubro de 2018, um avião utilizado pela companhia aérea Lion Air caiu 12 minutos depois da decolagem na Indonésia

A Boeing comunicou às autoridades de aviação dos Estados Unidos que mais de 300 aviões dos seus modelos 737 NG e 737 MAX – dois destes caíram no intervalo de cinco meses, matando 346 pessoas – têm “peças fabricadas de maneira inadequada”.

Conforme a Administração Federal de Aeronáutica (FAA) dos Estados Unidos, “as peças afetadas são as ripas (slats) dos bordos de ataque das asas que modifica as caraterísticas de ascensão e resistência durante decolagens e aterrissagens”.

O pronunciamento da Boeing só veio após praticamente todos os aeroportos do mundo se fecharem para os modelos 737 MAX, o que obrigou a multinacional norte-americana a dar uma justificativa para os acidentes na Indonésia e na Etiópia e explicar quais as medidas a serem tomadas.

Segundo a nota da FAA, “as peças afetadas podem ser suscetíveis a falhas ou rachaduras prematuras como resultado do processo inadequado de fabricação”. “Embora uma falha completa do mecanismo da asa não resulte na perda do avião, persiste o risco de que uma parte danificada cause danos no avião durante voo”, acrescentou.

Em outubro de 2018, um avião utilizado pela companhia aérea Lion Air caiu 12 minutos depois da decolagem na Indonésia, causando a morte de 189 passageiros e tripulantes. Em março, outro avião operado pela Ethiopian Airlines caiu da mesma forma seis minutos após a decolagem matando 157 pessoas.

Nesta segunda-feira (3), em Seul, a 75ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) assinalou a necessidade da utilização de critérios unificados em matéria reguladora e da imediata de revisão dos processos de certificação, a fim de evitar divergências como as ocorridas após os acidentes com os jatos da Boeing.

O presidente e principal executivo da Boeing Commercial Airplanes, Kevin McAllister, disse à imprensa que diante do comunicado da FAA, a empresa “entrou em contato com os operadores do 737 e os aconselhou a inspecionar os mecanismos das asas de certos aviões”.

O primeiro voo com um modelo 737 da Boeing foi realizado em janeiro de 2016, tendo entre seus principais usuários companhias aéreas como Southwest Airlines e American Airlines, dos EUA, a Air Canadá e a China Southern Airlines. Até março, a empresa com sede em Chicago tinha fabricado 393 desses aviões, cada um a um custo de cerca de US$ 100 milhões.