2º turno no Equador em abril: Arauz enfrentará o governista Lasso
Após duas semanas de tentativa de manipulação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador finalmente divulgou, domingo (21), o resultado do pleito presidencial que traz Andrés Arauz à frente, com 3.033.753 de votos (32,72%). Arauz, jovem economista do partido União pela Esperança (UNES) – apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa – disputará o segundo turno no dia 11 de abril.
Conforme o CNE, o confronto será com o banqueiro Lasso, do Movimento Político Criando Oportunidades (Creo) e do Partido Social Cristão (PSC), que somou 1.830.045 de votos (19,74%). Lasso ficou à frente do candidato indigenista Yaku Pérez (19,39%), do Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik, por uma estreita margem. O presidente Moreno, que traiu seu eleitorado e aplicou um programa privatista e de arrocho, não conseguiu sequer ser candidato à reeleição.
Derrotada nas urnas, a extrema-direita tenta de todas as formas uma sobrevida usando e abusando de campanhas de difamação contra Arauz, que foi ao segundo turno por não ter alcançado os 40% do eleitorado – com os 10% de vantagem – e nem os 50% mais um.
Agora Lasso conta com a ajuda de Moreno para mobilizar autoridades da Colômbia, com alegações sobre supostos financiamentos de uma guerrilha do país vizinho a Arauz, ou da Controladoria e da Procuradoria equatorianas que tentam manipular indevidamente o processo informático.
Por trás deste tipo de armações, denunciou Arauz, existem ameaças e intenções para que sejam alteradas as datas da campanha, marcada para ser iniciada em 16 de março e terminar em 11 de abril. “Exigimos que os direitos à recontagem se deem no marco da lei e não impliquem em desculpa alguma para modificar o calendário eleitoral”, declarou.
Com 36 anos, Arauz coloca a geração de emprego e o fortalecimento do poder aquisitivo como essenciais para a reconstrução do mercado interno. Foi ministro de Correa e sua imagem está identificada com os avanços socais conquistados no período em que, entre 2007-2017, o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3,4%.
Para a Assembleia Nacional, composta de 137 membros, nenhuma força política conseguiu obter a maioria absoluta. 48 parlamentares – 35,03% – chegam com a força da União pela Esperança (32,21%), aliança respaldada pelo correísmo, e que inclui o partido Centro Democrático, de Jimmy Jairala, ex-prefeito de Fuayas. A parlamentar mais votada é Pierina Correa, irmã do ex-presidente, apoiadora de Arauz.
Além da UNES, integrarão os blocos legislativos Pachakutik (16,81%); Partido Social Cristão (9,73%); Esquerda Democrática (11,98%), e o Movimento Creo (9,65%).