O desmatamento e a degradação da Amazônia cresceram 80% e 787%, respectivamente, em setembro em relação ao mesmo mês de 2018, aponta o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O Imazon considera o desmatamento como sendo o “processo de realização do corte raso, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa floresta é convertida em áreas de pasto”.
A degradação é caracterizada pelo instituto como “extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira”.
“Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando”.
O desmatamento da Amazônia Legal em setembro de 2018 foi de 444 km², enquanto que no mesmo mês de 2019 foi de 802 km², um aumento de 80%.
O estado que liderou o desmatamento foi o Pará, com 53% do total, e é seguido por Rondônia, com 13%, e Amazonas e Acre, ambos com 11%.
A área degradada em setembro de 2018 foi de 139 km². A área degradada cresceu 787% em 2019, chegando a 1.233 km². O estado do Mato Grosso degradou 55% do total. Em segundo lugar fica o Pará, com 33%, e em terceiro Rondônia, com 6%.
Em agosto o número de focos incêndios na Amazônia disparou, como identificou e divulgou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Jair Bolsonaro chegou a dizer que os dados eram falsos e que o diretor do Instituto, Ricardo Galvão, estava a serviço de uma ONG. Galvão deixou o cargo após as pressões e ataques de Bolsonaro.
Durante um fórum de investidores na Arábia Saudita, Bolsonaro afirmou que “potencializou” as queimadas na Amazônia por “discordar da política ambiental dos governos anteriores”.
O número de queimadas entre janeiro e agosto em 2018 aumentou 82% para 2019.
O SAD é uma ferramenta de monitoramento, baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo instituto Imazon para acompanhar mês a mês o ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia.
O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém (PA) há 29 anos.