O grito de “Palestina Livre!” uniu uma das maiores multidões na história de Londres

Londres foi palco do maior dos atos solidários aos palestinos neste fim de semana. A capital inglesa reuniu 200,000 pessoas que marcharam nas ruas centrais da cidade.

Os organizadores consideram que esta foi uma das maiores concentrações solidárias aos palestinos na história de Londres. O protesto aconteceu no sábado (22) logo depois do cessar-fogo que suspendeu 11 dias de intenso bombardeio israelense à Faixa de Gaza o que deixou 248 palestinos mortos dos quais 39 mulheres e 66 crianças.

O ato resultou de uma ampla frente de organizações, Stop The War Coalition, Palestine Solidarity Campaign, Friends of Al-Aqsa, Palestinian Forum in Britain, Campaign for Nuclear Disarmament e a Muslim Association of Britain.

Em declaração conjunta, os organizadores observam que “os palestinos da Cisjordânia e de Jerusalém enfrentam uma ocupação militar brutal, incluindo restrições de movimento, demolição de casas e imposição de lei marcial sobre a população civil”.

“A limpeza étnica por parte de Israel não pode continuar. Nós não podemos parar só porque Israel suspendeu temporariamente seu bombardeio a Gaza. Temos que fazer campanha, protestar, até que o povo palestino conquiste seus direitos inalienáveis: liberdade, justiça e igualdade em sua pátria histórica”, diz o documento dos manifestantes.

Entoando “Palestina Livre” os manifestantes marcharam do Largo Victoria ao Hyde Park. Um dos oradores foi o trabalhista John McDonell que destacou que equipamento produzido na Inglaterra foi usado por Israel na recente agressão a Gaza.

“É verdade que um cessar-fogo foi negociado e nós saudamos o cessar-fogo”, disse McDonnell, que prosseguiu: “Mas vamos deixar claro que nós não cessaremos a nossa campanha em solidariedade à Palestina até que haja justiça e sem justiça Israel não tem como ter paz”.

Membros do movimento Ação Palestina ocuparam o telhado e a entrada de uma fábrica que produz armas para Israel, interrompendo a produção por três dias. Eles denunciam que a fábrica UAV Tactical Systems produz peças de drones usados no bombardeio recente a Gaza.

Protesto mundial

Além de 80 atos solidários aos palestinos por toda a Inglaterra, de Paris a Dublin, passando por Sidney e Nova Iorque, incluindo Karachi (Paquistão) e Bolonha (Itália), atos por todo o mundo aconteceram no último fim de semana onde o destaque das denúncias foi que apenas 12 horas após o cessar- fogo houve novo ataque aos manifestantes diante da mesquita Al Aqsa em Jerusalém.

O presidente da organização inglesa, Friends of Al Aqsa, Ismail Patel afirmou: “Apesar da decisão de Israel de parar o bombardeio a Gaza, temos que continuar com os protestos enquanto Israel continuar com sua ocupação da Palestina. O ataque por forças israelenses contra fiéis que rezavam na mesquita Al Aqsa, horas após o cessar-fogo, mostra a necessidade de continuarmos com nossos esforços”.

A líder trabalhista Lisa Nandy também compareceu ao ato em Londres e declarou que os acontecimentos de agora devem marcar um ponto de virada. “Não há solução militar para este conflito. Deve ser estabelecido um processo de paz significativo que garanta um Estado da Palestina ao lado de um seguro Estado de Israel. O processo de paz deve tornar isso um objetivo atingível”, declarou.

A deputada Zarah Sultana destacou que “a verdadeira paz flui da justiça o que inclui um fim aos assentamentos ilegais, fim à ocupação de territórios palestinos e do cerco a Gaza”.