Com início nesta sexta-feira (15) e encerramento no domingo (17), o 15º Congresso do PCdoB é a etapa final de um processo de mobilização do partido iniciado há quatro meses, que envolveu desde as bases até a direção nacional e as mais diversas frentes de atuação dos comunistas, entre elas a de trabalhadores e juventude.

Nesse período, uma série de atividades — realizadas majoritariamente de maneira virtual — reuniu a militância para debater os projetos de resolução apresentados pelo partido e que vão nortear a atuação do PCdoB nos próximos anos. Estes debates levaram em conta as opiniões e a realidades de cada uma dessas frentes de atuação, refletindo o amplo trabalho realizado pelo coletivo partidário.

“O congresso do partido atualiza a orientação tática dos comunistas para enfrentar e derrotar o governo Bolsonaro e também é um momento privilegiado para impulsionar a participação política dos trabalhadores e trabalhadoras”, explica Nivaldo Santana, secretário sindical do PCdoB.

Ele salienta que dentre as principais questões específicas sobre as quais a frente sindical se debruça está a luta contra a precarização do trabalho, processo que se intensificou nos últimos anos, especialmente com a reforma trabalhista e com a crise econômica e no mercado de trabalho. “É uma luta que tem uma dimensão política, com destaque, na atualidade, para a preparação das lideranças sindicais para se apresentarem com candidaturas fortes nas eleições do ano que vem”.

Nivaldo destaca ainda como aspecto importante a junção do PPL ao PCdoB e da CGTB à CTB.  “Os comunistas que militam na frente sindical celebram a grande vitória que foi a unificação da CTB com a CGTB. Essa unificação dá maior protagonismo à luta dos trabalhadores para integrar a ampla frente contra o governo Bolsonaro. É um dos frutos positivos da vitoriosa incorporação do PPL ao PCdoB e contribui para elevar o papel dos trabalhadores e trabalhadoras no revigoramento do partido”.

Juventude

No âmbito das lutas da juventude, o secretário desta frente no partido, André Tokarski, ressalta o entrelaçamento entre o cenário nacional e seus impactos na vida dos jovens e o trabalho dos comunistas junto a esta faixa da população. “Sempre partimos da nossa análise política observando os dados e as condições de vida da juventude. E há duas preocupações que consideramos centrais: a questão do emprego e a da educação”, explica.

Ele lembra que “a grave situação de desemprego e a falta de trabalho afeta a juventude sob várias perspectivas. Em relação à educação, uma preocupação também muito grande é com a volta às aulas agora, especialmente daqueles que estão em desistência. Nossa preocupação é de que a juventude, depois de dois anos de escolas e universidades fechadas, possa voltar a se integrar e ter uma ampla mobilização envolvendo instâncias governamentais, sociedade, entidades estudantis, professores, para que esse prejuízos sejam recuperados”.

Com foco nesta situação, os comunistas realizaram debates e plenárias focadas na juventude no âmbito do 15º Congresso. Neste sentido, André avalia que houve um processo crescente de participação da juventude na luta política na atualidade — e as manifestações mais recentes pelo Fora Bolsonaro refletem esse engajamento. “Com isso, o PCdoB, com seu Congresso, também sai fortalecido”, diz.

Luta democrática

André Tokarski avalia que o PCdoB alcançou vitórias políticas importantes no último período. “Primeiro, no que diz respeito à ampliação da luta democrática, na integração de mais setores, tanto políticos quanto da sociedade, da luta social, a unidade de todos que estão interessados em derrotar o governo Bolsonaro. E segundo, com a vitória da federação”.

O dirigente acrescenta que o partido sai fortalecido desse processo e “com isso, ganha também a juventude porque este é um partido que tem, no seu DNA, o compromisso com as lutas da juventude. Com a aprovação da federação, abrem-se perspectivas para a maior pluralidade do pensamento político no âmbito da esquerda e o PCdoB fortalecido é uma grande notícia para o Brasil, para a juventude e para a perspectiva da luta democrática, por direitos sociais que o nosso povo tanto precisa”.

Thiago Morbach, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), salienta que “o congresso do PCdoB é um momento único, pois é um processo de debates desde os organismos de base até a etapa nacional. A juventude participou ativamente de todas as etapas contribuindo com as linhas de defesa da educação, da ciência e tecnologia e da necessidade de derrotar Bolsonaro urgentemente”.

Ele destaca que “a expectativa é de que as resoluções apontem para o futuro, com a apresentação de um projeto alternativo ao que está em curso no país, capaz de dar esperança para a juventude, que é o segmento que mais rejeita Bolsonaro e está na dianteira nos processos de mobilização social”.

Por Priscila Lobregatte