A deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) falou sobre a sua luta pela igualdade racial e ao respeito às religiões de matriz africana, a sua carreira na música e a atuação na telenovela Xica da Silva como a líder quilombola Severina, em bate-papo descontraído com os jornalistas Juca Kfouri e Simone Freire, e a multi-instrumentista Andressa Brandão, no programa Entre Vistas, da Rede TVT.

Leci Brandão também é cantora, compositora e uma das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira. Ela contou que começou sua carreira musical no início da década de 70 e foi a primeira mulher a participar da ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro.

Durante a entrevista, Leci Brandão explicou que a cidade de São Paulo abriu as portas para ela diversas vezes. “São Paulo conseguiu entender um trabalho meu que foi rejeitado lá atrás, eles viram que a gente tinha uma marca que era assim, fazer da arte um instrumento de defesa dos menos favorecidos. Um instrumento para poder colocar a minha realidade e o meu comportamento”.

“Sou filha de uma servente de escola pública. Morei em três escolas no Rio de Janeiro, como a minha mãe não podia pagar aluguel. Tive problemas para conseguir o primeiro emprego. Eu não sabia que que aquele aviso de ‘precisa-se de moça de boa aparência’, significava que não podia ser negro”, disse Leci.

Leci Brandão é a segunda deputada negra da história da Assembleia Legislativa de São Paulo. “O nosso gabinete tem o nome de ‘quilombo da diversidade’. Sempre estamos buscando fazer projetos de leis, audiências, seminários, sobre a população negra, indígenas, mulheres, quilombolas, religiões de matriz africana, população LGBT. Essa é a diversidade do nosso país”.

Confira a entrevista na íntegra: