Fotos: Carol Bicchocci e Walmaro Paz

A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, participou nesta quarta-feira (2) do seminário “Desenvolvimento Nacional: Dilemas e Perspectivas”, com o tema “Ciência, Tecnologia, Inovação e Indústria 4.0”, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

“Quando pensamos no debate sobre o projeto de desenvolvimento e o tema de ciência, tecnologia e inovação, sempre é necessário falar sobre as escolhas políticas que nos fazem percorrer um determinado caminho e esta Casa (a Assembleia) há um ano, extinguiu um conjunto de fundações que sustentavam a perspectiva do desenvolvimento científico e tecnológico no estado do Rio Grande do Sul”, disse a pré-candidata do PCdoB, ao abrir sua fala, apontando também a venda de ações do Banrisul como prejudicial para o financiamento da pesquisa.

“O Rio Grande do Sul, infelizmente, emite sinais do que acontece no país”, disse, destacando também como ponto negativo do momento político “a busca de controle desenfreado sobre a autonomia universitária”, fator que atinge a pesquisa e vai contra o desenvolvimento do país.

“Neste momento de desmonte do país e de sua perspectiva de desenvolvimento como nação, os cortes em ciência e tecnologia também são emblemáticos. Outros países, como Coreia do Sul e Israel, em momentos de crise, incrementam a participação do PIB em ciência e tecnologia em até 4% e o Brasil chega hoje ao seu pior patamar, com menos de 1%. Nosso orçamento para a área neste ano equivale a 40% do valor de 2013”, lembrou.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e multidãoPara compreender esse cenário, disse, “é preciso entender os impactos da política macroeconômica na ciência e tecnologia. E parece que questionar juros e câmbio nos torna um apátrida, quando na verdade talvez este tenha sido um dos principais fatores da desestruturação da indústria brasileira, que hoje tem performance inferior à de 1947”.

Segundo Manuela, é preciso fazer com que a “economia seja vista como instrumento de desenvolvimento, para gerar e distribuir riqueza e combater a desigualdade em benefício do nosso povo”. Além disso, destacou, é necessário que haja uma profunda reforma do Estado para que o Brasil seja competitivo. “O Estado brasileiro é avesso à perspectiva do desenvolvimento”, disse.

“O Brasil vive um momento grave de desmonte do Estado e do sistema de ciência e tecnologia, de perseguição às universidades e de cortes de investimentos. E isso acontece enquanto outras nações buscam melhorar a vida de seu povo com investimentos massivos nessa área. No ápice do avanço da ciência e da tecnologia no mundo, o Brasil tem 1,2 milhão de lares em que as pessoas são obrigadas a usar fogão a lenha por não terem dinheiro para comprar gás”, disse Manuela.