Guilherme da Hora: “Oferecemos pela nossa luta, o fogo da esperança”
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Distrito Federal (DF) começou uma série de entrevistas com os pré-candidatos do PCdoB-DF. Essa iniciativa é uma oportunidade da população do DF conhecer e iniciar o debate sobre o papel da Câmara Legislativa e também dos projetos que a legenda pretende construir. O primeiro entrevistado da série é o advogado Guilherme da Hora, pré-candidato à deputado distrital.
Como começou sua luta aqui no DF?
O Distrito Federal entrou em minha vida por um desses felizes acasos do destino. O ano era 2007 quando descobri que teria de vir para Brasília, acompanhando minha família. Na ocasião, eu era um jovem universitário cursando o início da Faculdade de Direito, e que via em Brasília uma oportunidade de conhecer um novo mundo.
Logo em 2009 fui aprovado em um concurso público junto ao Ministério do Trabalho, onde desempenhei minhas funções na Secretaria de Relações do Trabalho, tendo contato direto com o movimento sindical e o dia a dia da defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. Lá exerci diversos ofícios, dentre os quais destaco o de Coordenador da Assessoria de Informações Processuais e o de Coordenador de Informações sobre Relações de Trabalho, assim pude conhecer o trabalho de inúmeros sindicatos, federações, confederações, centrais sindicais, organizações sociais e partidos políticos que tinham por objetivo a conquista de direitos e melhores condições de trabalho para o povo trabalhador.
Dentre todos esses partidos e entidades sindicais, me identifiquei fortemente com a CTB e o PCdoB, por sua combatividade e pela firmeza dos seus ideais, sempre colocando a defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, o desenvolvimento nacional e a pauta socialista na ordem do dia em todos os espaços disponíveis.
Em meados de 2014, já advogado e especialista em Direito do Trabalho, pedi exoneração do meu cargo no Ministério. Algum tempo depois, fundei meu escritório de advocacia (Hora & Crispim Advogados Associados), sediado em Brasília e especializado em relações do trabalho, onde passei a atuar em prol dos trabalhadores do Distrito Federal.
Naturalmente, passei a atuar também em favor da CTB Nacional, alinhando-me nas diversas frentes de luta da Central e me aprofundando cada vez mais no processo de construção do socialismo brasileiro junto ao PCdoB nas suas mais variadas esferas, seja no âmbito da advocacia, seja no âmbito acadêmico, ou nas ruas, junto aos trabalhadores, como deve ser feita a boa política.
Atualmente, sou advogado trabalhista e professor universitário, especializado em Direito do Trabalho e Direito Sindical, membro da Comissão de Direito do Trabalho e da Comissão de Direito Sindical da OAB/DF, membro da Associação dos Advogados e Advogadas pela Democracia, Cidadania e Justiça – ADJC, da Associação Ibero-americana de Juristas do Trabalho e da Previdência Social, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD, de grupos de pesquisa na Universidade de Brasília – UnB e pré-Candidato à Câmara Legislativa do DF pelo Partido Comunista do Brasil.
Quais as mudanças que o povo do DF precisa ver para tornarmos nossas cidades mais justas e com desenvolvimento?
Nossa luta é plural, abrangendo todos os cidadãos de Brasília como parte da engrenagem de um programa pela esquerda consequente e democrática no Distrito Federal. Nós acreditamos na elevação da consciência dos trabalhadores e das trabalhadoras, e do povo como um todo, como ferramenta de resistência e de ação política.
O golpe de 2016 inaugurou um novo ciclo político no Brasil. O aumento das dificuldades experimentadas pelo campo popular é sintomático, consequência de uma derrota política sofrida à margem da legalidade democrática e que teve por resultado o aprofundamento do abismo da luta de classes, a criminalização da atividade político-partidária, a rejeição à política e aos partidos, e a pulverização das manifestações populares.
As forças reacionárias, apoiadas pela grande mídia e pelo capital financeiro, promovem um Estado de exceção antipatriótico, entreguista e inconsequente, subserviente ao imperialismo e orientado pelo desejo desmedido do lucro, potencializando a níveis jamais vistos a gana exploratória contra a população brasileira e aqueles que vivem do trabalho.
Estamos às vésperas de um tempo sem memória. Os setores sectários nada temem, tratando de eliminar não apenas os corpos, mas também as reputações daqueles que resistem. Diante de nós é pintado um quadro com personagens humilhados e ofendidos simplesmente por fazerem a opção de lutar pelos direitos dos explorados e oprimidos.
A esses personagens, oferecemos, pela nossa luta, o grito da batalha e o fogo da esperança.
Nesse contexto, é importante que a população do Distrito Federal se veja representada por uma força da esquerda consequente, patriótica, classista e anti-imperialista, abrindo caminho para a superação das crises política e econômica pelo enfrentamento do retrocesso social e com o apoio das bases populares.
O nosso Programa pela Esquerda Consequente e Democrática no Distrito Federal, apresentado ao PCdoB como Manifesto de Pré-Candidatura, consiste, basicamente, de três eixos principais, quais sejam: a) o resgate da gestão pública participativa; b) a valorização do trabalho e da produção local; e c) o direito à cidade e à emancipação cultural.
Acreditamos que a situação política exige, além de capacidade política, firmeza ideológica. Por isso, contamos com o apoio e a mobilização de todos os cidadãos e cidadãs do DF em torno do nosso projeto, para que ele seja um ponto de partida e um caminho para atingirmos os nossos objetivos pela inclusão democrática, pela igualdade social e por um Brasil desenvolvido e soberano.