Manuela: “Estado deve ajudar Brasil sair da crise e garantir emprego”
Em entrevista no programa Pânico, da rádio Jovem Pan, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila disse que “o Estado deve ajudar o Brasil sair da crise e garantir emprego de qualidade”. A entrevista faz parte da agenda de compromissos da presidenciável na capital paulista.
“A eleição é um momento raro. Ela abre espaços e quem não tem proposta vai ser desmascarado”, afirmou a pré-candidata. “Quero discutir propostas. O brasileiro tem medo da instabilidade e da incerteza em relação ao futuro. Temos 13 milhões de desempregados, 5 milhões há mais de 1 ano, ou seja, são estáveis na condição de desempregados. Metade desses cinco milhões tem até 29 anos, ou seja, são jovens brasileiros. Isso vai gerando medo, insegurança e as pessoas – e o Bolsonaro tem feito isso – transformam o medo em ódio. Mas precisamos entender que isso não vai resolver a crise da política e economia do país. Precisamos de um projeto. Não é fácil. Temos que debater a economia. Temos um povo diverso, precisamos encontrar um caminho juntos”, enfatizou.
Manuela afirma ainda que acredita que o Brasil vive uma “ascensão de perigosas forças de direita”. “Defendo que o Estado tenha papel na condução da economia, como acontece em todos os países desenvolvidos do mundo. É o estado sendo dono de tudo? Não, apenas condutor. E que o estado pare de regular os nossos corpos”, declarou.
Para ela, o Estado deve existir para ajudar o país a sair da crise e garantir geração de emprego de qualidade, “apostando em inovação, fazendo a reforma do Estado para desburocratizar a máquina e permitir que os investimentos privados cheguem”.
Questionada como pretende vencer as eleições com um tempo de TV tão reduzido, Manuela disse que, apesar do PCdoB ter 90 anos de história, não é um partido com tradição de disputa eleitoral majoritária. “Nós não lançamos candidato a presidente desde 1947. Então, em que contexto eu posso ganhar? Só serei eleita presidente do Brasil se existir um grande movimento popular e de rebeldia da população brasileira contra as injustiças. Isso irá subverter a lógica da política tradicional”, enfatizou.
Ela avalia que uma reação popular contra “esse governo que é golpista, misógino e antidemocrático” poderá “subverter a lógica das campanhas eleitorais”.
“Se a população perceber que se governa para 1% e não para 99% da população e que só quem ganha com o que está acontecendo são os bancos. Se a população perceber isso será nesse contexto que vou ganhar a eleição”, disse.
Agenda
Manuela participa na noite desta segunda-feira (5) de reunião com Frente Favela Brasil com uma delegação do PCdoB que estará presente ao encontro, na zona leste da capital paulista (Vila Prudente).