Carioca de nascimento, Monique Lemos, de 35 anos, é professora de História na rede municipal de ensino. Integrante da Comissão Executiva e da Comissão Política do PCdoB São Paulo, ela assumiu em 2017 as secretarias municipais de Mulheres e Juventude.

Vermelho – Qual é a importância das Secretarias de Mulheres e Juventude para o PCdoB São Paulo? Por que essas áreas devem receber a atenção do conjunto dos dirigentes e da militância – e não apenas das próprias Secretarias?
Monique – Os jovens são uma força transformadora por natureza. Precisamos canalizar o sentimento de rebeldia que move a juventude para um projeto consequente de transformação da sociedade, com mais justiça e igualdade. Por isso a organização da frente de juventude não é tarefa apenas da secretaria específica.

Assim como a luta contra a discriminação das mulheres deve ter prioridade na atuação do partido tanto para fora quanto em sua vida interna, ela também não é uma lutas das mulheres, mas do partido como um todo.

– Como estão organizados hoje os jovens e as mulheres comunistas na capital paulista? Em que movimentos e entidades eles atuam?
– A juventude, por sua característica, atua em diversas entidades, que vão desde organizações do movimento estudantil até entidades de cultura, combate as opressões, etc. Todo jovem comunista se organiza na União Da Juventude Socialista, entidade que tem sua autonomia organizativa e que recebe jovens que não têm filiação partidária e mesmo de outros partidos. A Secretaria de Juventude respeita essa autonomia da UJS e ajuda na condução política e na formação ideológica.

Já a frente de mulheres têm na União Brasileira de Mulheres (UBM) sua principal entidade. Buscamos dialogar com as mulheres da cidade sobre seu cotidiano e as diversas formas de violência a que as mulheres estão expostas sob a égide do machismo. 

– Quais são as prioridades apontadas no planejamento das Secretarias aprovado no Seminário? De que maneira esses encaminhamentos podem ajudar o PCdoB a se estruturar e se fortalecer mais em São Paulo?
– O fortalecimento da corrente emancipacionista no movimento de mulheres, através da consolidação da UBM e da qualificação dos quadros que nela atuam, é nossa prioridade. Para a frente de juventude, queremos criar uma rede de quadros com ao menos cem filiados que tenham sua trajetória militante acompanhada e dirigida pelo PCdoB, para aproveitar melhor o potencial dessa frente. 

– Neste ano de eleições gerais, o PCdoB deve lançar candidatos a deputado federal e a deputado estadual com atuação em São Paulo. Os avanços do Partido entre as mulheres e os trabalhadores, ao longo de 2018, podem ajudar essas campanhas eleitorais?
– Sem dúvida. Num primeiro momento, apresentando lideranças para compor uma chapa que represente a população de São Paulo. Por outro lado, cada militante dessas frentes é um general nessa batalha fundamental de 2018. Devemos usar toda nossa força organizada para reeleger nossa bancada na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, além de lutar por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com centro na retomada do emprego e no fortalecimento da democracia.