O PCdoB realizou o 2º Encontro Nacional de Combate ao Racismo, neste último final de semana, na sede do Comitê Central do partido, em São Paulo. Com o objetivo de debater como o quadro de recessão e de perdas de direito impacta diretamente a vida da população negra e das mulheres.

No encontro, estavam presentes renomados estudiosos que ministraram importantes temas. Entre eles, os dirigentes do Comitê Central, Olívia Santana (Combate ao Racismo), Ricardo Abreu (Organização) e Júlio Vellozo (Comunicação), além do deputado federal, Orlando Silva (SP) e a deputada estadual, Leci Brandão (SP).

No sábado (30), Ricardo Abreu fez a abertura do Encontro e agradeceu a presença de todos. A secretária nacional do PCdoB de Combate ao Racismo, Olivia Santana falou o quanto é fundamental a discussão sobre a questão do racismo, como ele opera num país com o histórico do Brasil.

Olívia lembrou que o 14º Congresso do partido que acontece nos dias 17 a 19 de novembro deste ano, está se aproximando. “Como vamos construir um projeto nacional que leve em conta o racismo como um elemento fundamental de ser eliminado no sentido da construção de uma sociedade que possa efetivamente emancipar todo o povo brasileiro, e não apenas uma parcela dele”.

 

No domingo (1º), o deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP), deu início a palestra explicando que a participação da população negra nos espaços de poder do Brasil é diminuta. “O diagnóstico que nós conhecemos é o que vemos todos os dias. Se você observa os principais espaços de poder, seja do ponto de vista político, institucional ou do poder econômico, a participação é pequena”, completou.

A presidenta nacional da Unegro, Ângela Guimarães, também tratou sobre a desigualdade de raça e gênero na organização social brasileira e a participação diminuta das mulheres na política. Ângela explicou que as chapas políticas precisam de 30% de candidatas mulheres, mas em muitos casos o que acontece na prática são as “mulheres-laranjas”, utilizadas apenas para preencher esse número, sem a participação efetiva. “A cota que existe de 30% nos partidos é feita com candidatura de mulheres-laranjas, a gente sabe que isso é via de regra. Na hora de compor ali, não tem os 30%, aí pegam a mulher da recepção, a líder comunitária, assessora de deputado e colocam lá. A gente sabe como a coisa é distorcida”, declarou.

No encontro, cerca de 80 pessoas se reuniram, entre eles os secretários, Nivaldo Santana (Sindical) , André Tokarski (Movimentos Sociais e de Juventude), Adalberto Monteiro (Formação), a presidenta nacional da União da Juventude Socialista (UJS), Carina Vitral, o presidente da União Nacional LGBT (UNA-LGBT), Andrey Lemos e membros do Comitê Central.

Olivia concluiu que o balanço foi positivo, pela qualidade das formulações políticas expostas pelos palestrantes e pela riqueza das contribuições da plateia.  “Foi um encontro qualificado com um alto grau de debate político sobre os caminhos que nós do PCdoB precisamos trilhar na luta antirracista e, principalmente, como pensar as relações de   classe entendendo o racismo como estruturante dessas relações”.

Confira mais fotos do evento abaixo: