Há 101 anos atrás, no dia 25 de março de 1922, intelectuais, operários e jornalistas tomaram uma decisão que mudou a história política do país: fundaram o Partido Comunista do Brasil em um Congresso realizado na cidade de Niterói.

Por Dani Balbi* e João Batista Lemos**

É importante registrar que o ano de 1922 simbolizou muitas efervescências políticas e culturais na sociedade brasileira. Em meio às comemorações do centenário da Independência do país que ocorria naquele ano, foi realizada a Semana de Arte Moderna com impacto decisivo sobre a cultura no país, além de ter surgido o tenentismo como movimento político de oposição às oligarquias da República Velha. (Disponível neste link).

Foi nesse contexto disruptivo que também foi criado o Partido Comunista do Brasil. Diga-se de passagem, todos esses movimentos que refletem o espírito daquele tempo estavam interligados. Não é trivial que nomes da Semana de Arte Moderna como Oswald de Andrade, Pagu, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral tenham participado do Partido, bem como Luís Carlos Prestes, um dos principais líderes do tenentismo.

Desde então a história do partido e do país sempre estiveram conectadas. Por exemplo, foi graças a um deputado comunista, o escritor Jorge Amado, que a Constituição brasileira de 1946 incluiu como direito a liberdade religiosa. Medida fundamental para a preservação das religiões de matriz africanas que eram perseguidas pelo Estado. Foi graças a outro deputado comunista, Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), que a Constituição de 1988 assegurou para a juventude o direito de votar aos 16 anos. Também não podemos esquecer que se as cidades hoje possuem o direito de ter Planos Diretores, devemos ao papel destacado do então deputado federal Inácio Arruda (PCdoB-CE) protagonista da aprovação dessa proposta. E o que dizer da Lei Maria da penha, que hoje protege mulheres do feminicídio? Sem Jandira Feghali (PCdoB-RJ), relatora do PL, a Lei Maria da Penha não seria uma realidade. E sem o Partido Comunista do Brasil, o estado do Rio de Janeiro não teria hoje na ALERJ a sua primeira deputada transexual, Dani Balbi.

No ano passado o Partido Comunista do Brasil completou seu primeiro centenário. Nosso partido acredita no sonho de uma sociedade mais justa e igualitária, em que não haja a exploração e opressão de um homem sobre outro homem. Em que as diferenças de classe, gênero, raça e sexualidade não passem de uma vaga memória de um passado distante. Mas esse sonho só será possível se for construído coletivamente.

Essa é a razão pela qual hoje, no aniversário de 101 anos do Partido Comunista do Brasil, convidamos você, trabalhador e trabalhadora, a se juntar nesta luta conosco. Não é uma luta fácil que propomos. Mas ela certamente valerá a pena! (Disponível em: link.

*Dani Balbi é deputada estadual pelo PCdoB no Rio de Janeiro.

**João Batista Lemos é presidente estadual do PCdoB-RJ.