Nas últimas semanas observou-se uma ofensiva de setores da direita, inclusive de autoridades do Estado brasileiro, no sentido de criminalizar os movimentos sociais, contra as suas justas lutas e demandas. A exacerbação do discurso reacionário reflete o novo quadro político no país, aberto com o êxito das forças populares na eleição – e reeleição – do presidente Lula. Mostra certo desespero do bloco neoliberral-conservador, que teme pela redução ainda mais acentuada de sua influência no cenário nacional – inclusive na disputa presidencial de 2010. a ofensiva também tem caráter preventido, tentando conter o aguçamento da luta de classes em decorrência da crise mundial do capitalismo.

A mídia hegemônica, que exacerba seu traço de “partido da direita”, novamente está na dianteira desta onda antidemocrática. Ela tenta desqualificar o MST, rotulado de “bando de delinquentes”, negando sua função civilizadora na luta pela reforma agrária; ataca a UNE, entidade reconhecida historicamente por seu papel na construção da democracia: e despreza o sindicalismo brasileiro, difundindo a imagem falsa de que ele estaria moribundo. O intento destes ataques direitistas é colocar na defensiva os movimentos sociais, impedindo que interfiram no quadro político e que resistam à ofensiva do capital, que tenta jogar o ônus da crise nas costas dos trabalhadores.

Diante deste cenário preocupante, o Partido Comunista do Brasil repudia todas as tentativas de criminalização dos movimentos sociais e presta solidariedade ativa ao sindicalismo, à UNE, ao MST e outras organizações do campo popular. Também rejeita as declarações discrimatórias de lideranças da oposição liberal-conservadora (PSDB e DEM). Sem a mais ampla democracia, o Brasil não avançará no caminho da soberania, do desenvolvimento e da distriubuição de renda e de riqueza.

São Paulo, 8 de março de 2009, Dia Internacional da Mulher.
O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil