O Brasil vive um clima de entusiasmo e esperança como a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República. Essa terceira grande vitória do povo, consagrada no segundo turno, tem importância elevada, estratégica, pois assegura a continuidade da obra realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula Silva e possibilita a luta por conquistas ainda mais promissoras para o próximo quadriênio. Esse êxito ecoa positivamente no mundo, em especial na América Latina, pois estimula seu atual ciclo progressista.

A alegria irrompida na noite do dia 31 de outubro e que continua no rosto do povo vem da certeza de que a primeira presidente do país – por sua história, concepções e competência – tudo fará para que o Brasil dê novos passos no sentido de tornar-se uma nação desenvolvida, cada vez mais soberana e democrática, respeitada no mundo e, sobretudo, capaz de garantir ao povo uma qualidade de vida crescentemente melhor.

A vitória resultou de um confronto político duro, acirrado. O candidato do PSDB arregimentou o poderoso campo conservador, inclusive seus segmentos mais atrasados e retrógados. Desencadeou, com o apoio do monopólio midiático, uma guerra suja de mentiras e calúnias. Recorreu ao obscurantismo e de modo eleitoreiro manipulou valores caros e sagrados do povo brasileiro. Mesmo assim, colecionou mais uma derrota.

O Partido Comunista do Brasil desde o início engajou-se de corpo inteiro pela a vitória de Dilma. Ajudou a construir a aliança de partidos e movimentos sociais que respaldou a candidata, apresentou ideias programáticas e opiniões sobre a condução política da jornada, indicou quadros para a coordenação da campanha e, por todo o país, seus candidatos e militantes abraçaram com garra a bandeira de Dilma. De igual modo, batalhou pela vitória de seus demais aliados aos governos estaduais e ao Senado Federal. Catorze governadores e vinte e oito senadores eleitos tiveram o apoio decidido dos comunistas.

Conquistada a vitória, o PCdoB participará da transição para o novo governo. Nesse processo sublinha ser necessário dar nitidez ao projeto com o qual a presidente foi eleita e definir as prioridades que serão enfrentadas. Entre elas, se destacam: enfrentar a “guerra cambial” assegurando os interesses nacionais, concluir a votação do marco regulatório do Pré-Sal com o regime de partilha, mais recursos para a saúde, medidas para melhorar a segurança pública, inclusive, com a aprovação da PEC-300 que dispõe sobre o piso salarial do setor, aumento real do salário mínimo e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Ao realçar a importância da aliança ampla que foi formada tanto à vitória quanto à governabilidade, ressalta que, dada a heterogeneidade da mesma, impõe-se construir um bloco das forças de esquerda e progressistas com o objetivo de se constituir um pólo político avançado e consequente, capaz de impulsionar a aplicação do programa e de contribuir para uma condução exitosa da luta política que envolve as diferentes dimensões do exercício do governo.

O Partido aplicou desde o confronto de 1989 suas energias para que o país viesse a trilhar o caminho do seu fortalecimento enquanto nação soberana, próspera e democrática através de um novo projeto nacional de desenvolvimento que promovesse a produção de riqueza e a distribuição de renda. Com as vitórias de 2002 e 2006, aceitou o convite do presidente Lula e lideranças da legenda comunista assumiram responsabilidades institucionais nos seus dois governos. O trabalho realizado por elas se somou ao conjunto e contribuiu para o êxito do governo. Agora, que uma nova etapa da construção do projeto nacional se apresenta, conforme a definição da presidente eleita, o PCdoB poderá participar do seu governo com o objetivo de contribuir para seu sucesso. O Partido tem, entre seus quadros, lideranças com perfil político e currículo técnico à altura desse desafio.

Conforme tem ressaltado Dilma Rousseff, é grande a responsabilidade de seu futuro governo bem como das forças políticas e sociais que a apoiam. O novo governo tomará posse com o mandato do povo, que respalda o atual caminho e ordena que por ele o Brasil avance. A oposição conservadora persistirá avessa ao progresso da nação e aos direitos dos trabalhadores e, renitente, tudo fará obstruir e impedir as realizações. Mas o PCdoB está convicto de que o governo Dilma apoiado na força do povo e na aliança política e social vencedora transformará, persistentemente, a esperança em realidade.

São Paulo, 5 de novembro de 2010
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB