O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) repudia de forma enérgica as declarações do senhor Luis Almagro, Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que em recente visita à Colômbia declarou que uma intervenção militar para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, era uma opção que “não devemos descartar”.

Almagro ignora a própria carta da OEA, que em seu artigo 1º estabelece como objetivo principal da entidade, “promover (entre os Estados membros) sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”. Ainda no artigo 1º a Carta da OEA diz o seguinte: “A Organização dos Estados Americanos não tem mais faculdades que aquelas expressamente conferidas por esta Carta, nenhuma de cujas disposições a autoriza a intervir em assuntos da jurisdição interna dos Estados membros (grifo nosso)”.

Ao ignorar abertamente as disposições da entidade que dirige, ameaçando levar a guerra a uma nação soberana, Almagro confirma as palavras do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz, que afirmava ser a OEA um mero “ministério das colônias” a serviço do imperialismo americano, vaticínio que Almagro, em repetidas ocasiões, mostra ser mais atual do que nunca.

O PCdoB considera que os graves problemas que afetam a Venezuela devem ser, antes de mais nada, resolvidos pelo próprio povo venezuelano, através do diálogo e da resolução das divergências nos marcos do respeito à Constituição e às prerrogativas do legítimo governo do presidente Nicolás Maduro Moros.

Neste sentido, as demais nações, principalmente as nações vizinhas, devem sempre ajudar a construir soluções que privilegiem a via pacífica e a diminuição das tensões internas, exatamente o oposto do que tem feito o senhor Almagro, que por ocasião do atentado contra o presidente Nicolás Maduro quedou-se em silêncio.

Este silêncio é revelador da opção que Almagro faz pela agressão e pela guerra, o que deve ser firmemente denunciado pelos que defendem a América Latina e Caribe como uma região de paz.

Walter Sorrentino

Secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB

18/09/2018