O Comitê Central do PCdoB diivulga uma nota pelo falecimento do economista Celso Furtado, ocorrido na manhã deste sábado no Rio de Janeiro. veja o texto integral:

"O Brasil cumprirá o legado patriótico de Celso Furtado"

O Partido Comunista do Brasil manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do professor Celso Furtado. Solidariza-se com sua família e expressa a convicção de que a nova geração dos brasileiros saberá enfrentar o desafio e cumprir o legado de seu pensamento patriótico.

A obra do professor Furtado é uma grande referência para todos os que sonham com um Brasil desenvolvido, soberano e democrático. É parte basilar do que já se construiu nesta direção. Vem inspirando em grande medida todo o pensamento econômico progressista, autenticamente brasileiro, nacional-desenvolvimentista, que se desenvolveu a partir de meados do século passado. Granjeou igualmente enorme influência e prestígio fora de nossas fronteiras.

Além de pensador e intelectual, Celso Furtado foi um homem de ação transformadora. Combateu os bons combates do princípio ao fim da existência. Ocupou em diferentes momentos altas responsabilidades executivas em governos democráticos. Seu perfil político definido levou-o a longos anos de exílio forçado.

A fracassada experiência neoliberal de terríveis conseqüências apenas corrobora, pela negativa, os postulados básicos do pensamento econômico do professor Furtado. Estes permanecem extremamente úteis e atuais agora que se procura construir um projeto nacional de desenvolvimento voltado para a elevação do nível de vida do povo brasileiro.

Celso Furtado insistiu que ao Estado nacional compete papel estratégico na promoção do desenvolvimento. E que sua política econômica deve ser traçada autonomamente. Defendeu que as políticas monetária e cambial devem submeter-se à política de desenvolvimento. E sublinhou que ao desenvolvimento econômico devem corresponder reformas sociais que promovam a melhoria da qualidade de vida do povo.
O fundador da Sudene não pôde assistir ao triunfo decisivo deste combate. O PCdoB irmana-se às forças que hão de travá-lo até a vitória.

São Paulo, 20 de novembro de 2004.

Renato Rabelo, pelo Comitê Central
do Partido Comunista do Brasil"