Nova onda de terrorismo israelense ameaça povo palestino
Numa ação destinada a destruir e desmoralizar a Autoridade Nacional Palestina (ANP), o governo de Israel lançou, desde a semana passada, uma violenta ofensiva militar concentrada na Faixa de Gaza. O pretexto para os ataques foi a prisão, pela resistência palestina, do soldado israelense Guilad Shilat. Por sua libertação, foi exigida inicialmente a soltura de 95 mulheres e 313 jovens menores de dezoito anos encarcerados nas masmorras sionistas.
Na última quinta-feira (29 de junho), num ato de violação aos acordos de Oslo e à própria existência da ANP, o governo israelense prendeu 64 membros do Hamas – organização política que em 25 de Janeiro de 2006 venceu as eleições para o Parlamento Palestino, conquistando 74 das 132 cadeiras da casa. Dentre os prisioneiros encontram-se o vice-primeiro-ministro palestino, oito outros ministros (1/3 do gabinete), 24 deputados e 40 chefes de municípios, que, segundo anunciou o governo de Israel serão processados por “atos terroristas”.
A ação de Israel é de extrema gravidade, pois se trata da prisão por parte de outro governo de membros de um governo constituído e eleito democraticamente. É, pois, expressão cabal da falácia do discurso sionista – em associação com seu mentor e padrinho, os Estados Unidos – de defesa da “democracia” no Oriente Médio. Afinal, para o imperialismo estadunidense e para seu sócio sionista, democracia só vale quando são eleitos governos que lhes são servis.
A atual onda terrorista israelense na faixa de Gaza, também está sendo marcada por fortes ataques militares contra diversos alvos, inclusive civis. Bombardeou-se desde uma escola primária até alvos da precária infra-estrutura da faixa de Gaza, como uma central elétrica, transformadores de energia e pontes, além de alvos governamentais e políticos, como os escritórios do primeiro-ministro Ismail Haniye, o Ministério do Interior e a sede do Fatah, corrente da OLP à qual pertence o presidente palestino, Mahmud Abbas. Ao bombardear escritórios do Fatah, aliás, cai por terra o discurso de que o alvo da ofensiva seria o Hamas: o alvo é todo o povo palestino, que neste momento se une contra o recrudescimento dos ataques sionistas.
Além disso, no contexto da atual ofensiva, destaca-se a provocação contra a Síria: no ultimo dia 28, numa manobra intimidatória, a aviação militar israelense realizou um vôo sobre o território do país, inclusive sobre a área onde se localiza o Palácio de Verão do Presidente Bashar Assad.
Diante da grave situação atual na Palestina, na qual a ONU e a Cruz Vermelha já alertam para a ameaça de uma crise humanitária devido à falta de energia e combustível, o PCdoB condena energicamente o terrorismo de Estado israelense e reafirma sua solidariedade à Autoridade Nacional Palestina, ao povo palestino e às suas organizações políticas. Mais do que nunca, a paz, que só virá com a coexistência de dois estados independentes, é necessária no Oriente Médio.
São Paulo, 3 de julho de 2006
Secretariado Nacional do PCdoB