O golpe é resultado de forte reação das classes dominantes hondurenhas à tentativa do presidente Zelaya em consultar o povo para a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte e da adesão do país à Aliança Bolivariana dos Povos das Américas (Alba).

A destituição de Zelaya resultou de uma concertação de interesses de setores golpistas do Exército, do Congresso, do Poder Judiciário e da grande imprensa. Assim, no dia 28 de junho um comando do Exército hondurenho prendeu o presidente Manuel Zelaya, enviando-o à força a São José, Costa Rica. Depois disto, para chancelar o golpe, a maioria do Congresso reuniu-se e fez ler uma carta de renúncia que Zelaya afirma jamais ter assinado, nomeando em seu lugar o presidente do Congresso.

Os golpistas ressuscitam velhos chavões anticomunistas da guerra fria para justificar seus atos. Na ação do golpe, chegaram a seqüestrar a chanceler Patrícia Rodas e os embaixadores de Cuba, Nicarágua e Venezuela, que com ela se encontravam reunidos. A Rádio Nacional de Honduras foi militarmente ocupada e calada.

As classes dominantes hondurenhas sempre foram das mais reacionárias da América Central. O país foi base de treinamentos dos mercenários “contras” nos anos 1980 numa ação que buscava liquidar a Revolução Sandinista. Até hoje, Honduras é sede de uma enorme base militar norte-americana.

A América Central, a exemplo da América do Sul, tem vivido importantes mudanças políticas, com a eleição de presidentes democráticos e progressistas em diversos países, um significativo feito para a soberania e a independência da região.

Não se registra nenhum respaldo internacional ao golpe, mas uma unânime condenação de inúmeros países e organismos internacionais. Em especial valorizamos e apoiamos as manifestações do governo brasileiro e de outros latinoamericanos e caribenhos, que exigem a imediata a restituição de Manuel Zelaya.

São Paulo, 29 de junho de 2009
O Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil