É muito grave a situação mundial. O imperialismo norte-americano, alheio ao protesto dos povos e à oposição de um grande número de países, alardeia que fará valer sua sentença de guerra contra o Iraque. Além de um volumoso e sofisticado aparato bélico, mais de trezentos mil soldados norte-americanos e ingleses já se encontram nas fronteiras do Iraque. A qualquer momento, portanto, pode se iniciar essa guerra de saque e pilhagem, esse novo capítulo da "guerra infinita" que o governo Bush jurou contra os povos. Essa ação guerreira, uma vez concretizada, custará grandes sacrifícios às nações e enormes prejuízos aos povos.

Contraditoriamente, ao lado desse quadro sinistro de guerra, o mundo adentra num momento novo da resistência contra essa ofensiva do imperialismo. As gigantescas manifestações pela paz ocorridas no histórico 15 de fevereiro, o acirramento das contradições interimperialistas, a tomada de posição de um grande número de países contra a guerra, sinalizam o surgimento de uma contestação inédita ao hegemonismo norte-americano desde o início dos anos 90, quando houve a dissolução da União Soviética.

Nesse quadro, a continuidade e o fortalecimento da jornada contra a guerra imperialista e a luta pela paz adquire uma dimensão especial entre as tarefas do Partido Comunista do Brasil. No presente contexto, a luta pela paz, de larga adesão e apoio na sociedade, é ampla e, ao mesmo tempo, radical, pois se choca diretamente contra a investida do imperialismo. São múltiplas e diversificadas as ações possíveis de serem realizadas.

O Partido utilizando o conjunto de suas relações políticas deve contribuir com a criação ou reforço de Fóruns unitários em defesa da paz. Esses fóruns podem abarcar partidos políticos, o conjunto do movimento social, igrejas, Casas Legislativas, governos estaduais e prefeituras. Essa amplitude possibilitará a realização de grandes e representativas ações.

Mas, além das ações unitárias, o Partido com a bandeira da paz nas mãos deve por iniciativas variadas ir ao encontro do povo, mobilizando os mais variados segmentos sociais contra a guerra. Organismos partidários, grupos de militantes, podem ocupar praças e avenidas em atividades, mesmo que pequenas, de agitação, de denúncia. Do mesmo modo podem ser organizados debates e conferências em universidades, escolas, bairros; sessões especiais nas Casas Legislativas, bem como pronunciamentos e aprovação de moções, etc.

Com o objetivo de colocar essa questão no centro da atividade partidária, orientamos que rapidamente sejam realizadas plenárias de militantes. Nesses eventos além de debater o tema da guerra, pode-se com clareza sistematizar ações possíveis e concretas conforme a realidade de cada lugar.

Ao defender a paz, com entusiasmo e combatividade, além de cumprir suas responsabilidades, o Partido reforçará sua credibilidade e ganhará com certeza o reforço de novos(as) militantes que irão ver no Partido Comunista uma força ativa na defesa da paz e no combate ao imperialismo.

São Paulo, 7 de março de 2003.
Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB