A oposição conservadora, tendo por pretexto o combate à corrupção, recrudesceu nas últimas semanas seus ataques ao governo Lula. Com o apoio de setores dos meios de comunicação, dissemina, artificialmente, a imagem de um governo fracassado e conivente com a roubalheira. Esta ofensiva, a um só tempo, revela a ira do reacionarismo da elite brasileira contra o governo democrático do presidente Lula e o grau de agressividade de que a oposição é capaz para tentar retornar ao Palácio do Planalto.

A corrupção ao longo dos sucessivos governos das classes dominantes, incrustou-se na máquina estatal brasileira. Nos oito anos de governo de FHC, as denúncias de corrupção se deram em grande quantidade. Nada foi investigado ou apurado, quanto menos punido. Tanto é assim que inúmeras denúncias contra autoridades do governo FHC foram sumariamente arquivadas.

O governo das forças políticas lideradas pelo presidente Lula, desde o seu início combate com rigor este "mal crônico" da administração pública. Sucessivas ações da Polícia Federal, sob comando firme do Ministério da Justiça, desmantelaram esquemas de corrupção em várias instâncias das instituições públicas.Tornou-se freqüente figuras de "colarinho branco" serem detidas por terem sido pegas em flagrante.

As demais instituições do Estado brasileiro que têm o dever de zelar pelo interesse público atuam com agilidade, sem sofrer obstrução por parte do governo federal, obstrução que era expediente comum no passado recente.

Desde a denúncia de corrupção nos Correios, o presidente Lula determinou ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal a apuração rigorosa do caso. Os envolvidos foram imediatamente afastados de suas funções. A imprensa, o Congresso, a sociedade acompanham, com transparência, o desenrolar das investigações.

Todavia, a oposição liderada pelo PSDB e o PFL faz uma ruidosa campanha pela instalação de uma CPI para investigar o assunto. Na verdade, suas motivações são outras. O que ela pretende é manipular politicamente a CPI e instaurar precipitadamente a sucessão presidencial. Desta maneira ela imagina imobilizar o governo, impendido-o de dar seqüência à sua agenda de realizações.

Noutro plano, se esta tática da oposição for vitoriosa, o Congresso Nacional, desnecessariamente, teria sua pauta posta de lado e suas atividades seriam regidas apenas por motivação eleitoral. A oposição visa, dessa maneira , com seus gritos hipócritas de combate à corrupção, desestabilizar o governo e empurrá-lo a um esgotamento precoce.

Neste momento conturbado no qual a verdade dos fatos é ofuscada, é preciso que se abra os olhos para que se veja o que realmente se passa. A corrupção precisa ser combatida e o governo Lula a tem combatido com rigor. A questão portanto é outra. O que está em andamento, na verdade, é uma ofensiva da oposição conservadora com o objetivo de criar as condições para o seu retorno ao governo da República. Ela ambiciona retornar para, novamente, dar celeridade à implementação dos ditames antinacionais e antipopulares do neoliberalismo. Realiza este movimento de modo frenético porque, erroneamente, julga que o povo já esqueceu o legado desastroso dos dois governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso.

É imperativo que as forças progressistas e populares se mobilizem e combatam esta ofensiva que a oposição conservadora empreende contra o governo democrático do presidente Lula. Este governo é uma das grandes conquistas das lutas do povo brasileiro. O projeto histórico de um Brasil democrático, soberano e socialmente justo pelo qual gerações de brasileiros têm lutado depende do sucesso e continuidade desse governo. Por isto é imprescindível defendê-lo e fazê-lo avançar.

Neste sentido, impõe-se recompor a base de apoio político, persistir na construção da maioria parlamentar com base na concepção de um governo de coalizão e, imediatamente, avançar na realização de uma agenda de medidas concretas em prol do desenvolvimento, do emprego e da distribuição de renda. Quanto ao caso de corrupção em exame, as investigações devem ir a fundo e os culpados punidos rigorosamente.

O importante nesta hora é a convicção de que – com base no conjunto das realizações do governo no âmbito do regaste da soberania nacional, da ampliação da democracia e na melhoria da vida do povo -, existem condições de se enfrentar com coragem as manobras da oposição, derrotar suas ambições e dar continuidade à jornada pela implementação das mudanças de que o país precisa.

Brasília, 03 de Junho de 05
Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB