Prédio da Caixa Econômica Federal | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os saques na tradicional caderneta de poupança apresentaram novo recorde em julho, com retiradas que superaram os depósitos em R$ 3,58 bilhões, segundo dados apresentados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (7).

Foi o segundo maior volume de retirada de recursos desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1995. O recorde foi em julho do ano passado, quando houve retirada líquida de R$ 12,66 bilhões.

Com os juros altos e o endividamento das famílias em patamares recorde, com a inadimplência atingindo cerca de 70 milhões de brasileiros, a saída de recursos da poupança no acumulado dos sete primeiros meses também é o mais alto para o período, superando os depósitos em R$ 70,21 bilhões.

Com o juro básico da economia atualmente em 13,25% ao ano – 6,68% em termos reais, descontada a inflação projetada – a poupança aplicada pelos brasileiros passou a ser recurso para manutenção de despesas e pagamento de dívidas.

Além disso, para quem tem dinheiro para investir, outras aplicações financeiras com rentabilidade mais próxima à Selic passaram a ser mais atrativas, contribuindo para a fuga de recursos.

A saída de recursos da caderneta de poupança ainda gera uma desestabilização do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, que abastece as linhas de crédito imobiliário, fazendo os financiamentos ficarem cada vez mais difíceis de acessar e com juros mais altos, além do comprometimento com os investimentos nos programas de habitação popular e saneamento básico.

Fonte: Página 8