Petroleiros denunciam Repsol por ataques ao direito de sindicalização | Foto: infopueblo

O Sindicato Único dos Trabalhadores da Refinaria La Pampilla do Peru (SUTRELAPA), pertencente à multinacional petrolífera espanhola Repsol, iniciou na quinta-feira (10) uma greve de 48 horas contra a violação contínua por parte da empresa espanhola dos seus direitos trabalhistas, bem como das questões ambientais do país andino.

Os dirigentes do movimento denunciaram vários casos, como a demissão arbitrária de uma mulher grávida, a redução do salário dos trabalhadores que decidiram se filiar ao sindicato e questões relacionadas com a pequena remuneração recebida pelos operários que não condiz com os lucros extraordinários que a multinacional vem obtendo.

O Secretário Geral do SUTRELAPA, Jack Chávarry, detalhou que em 2022 a Refinaria teve repassou os maiores lucros de todos os tempos para a Repsol no Peru e que, enquanto isso, está oferecendo um aumento salarial de 6%, uma porcentagem muito menor do que nas negociações anteriores, com o agravante de que a inflação foi superior a 8% em 2022. E acrescentou que essa atitude só se explica pela exploração sem limite já que, mesmo em tempos em que não houve esses números de lucro, houve reajustes salariais de mais de 20%, como ocorreu em 2014.

Os sindicalistas denunciaram que se passaram 600 dias desde que a Repsol provocou um desastre ambiental com o derrame de cerca de 12.000 barris de petróleo no país. As devastações e consequências desse desastre ainda se fazem sentir nas zonas afetadas, sem que nada seja reparado.

Os setores que organizam os trabalhadores da pesca esperam uma melhor compensação para 2023 após o derramamento de óleo que afetou não apenas suas fontes de renda, mas também o ambiente marinho da região.

Nos primeiros dias de agosto circularam nas redes sociais audiovisuais dos pescadores mostrando o óleo derramado nas águas. As imagens mostraram peixes, pássaros e leões marinhos mortos pelo excesso de hidrocarbonetos na água.

O Escritório de Controle Ambiental do Ministério do Meio Ambiente do Peru (OEFA) divulgou um comunicado oficial no qual critica a Repsol por oferecer informações tendenciosas, pois, segundo garantiu, as análises relacionadas a novas manchas de óleo ainda estão sendo realizadas.

A propósito, a OEFA destacou a existência até ao momento de 19 zonas afetadas pelo derrame de hidrocarbonetos e as atividades pesqueiras paralisadas, segundo os residentes destas praias. Eles não podem realizar suas atividades laborais normalmente desde 15 de janeiro do ano passado, disseram seus representantes.

Mas a atitude do governo da presidente Dina Boluarte em relação à multinacional espanhola continua só no terreno das declarações sem nenhuma medida concreta.

Fonte: Papiro