O presidente Lula e o porta-voz da Chancelaria da Índia, Arindam Bagchi, defenderam a expansão do grupo | Foto: Sputnik

O Brasil e a Índia refutaram esta semana as alegações – infladas na mídia – de que seriam “contra” a expansão do BRICS, que estará em pauta na próxima cúpula em Johannesburgo. O presidente brasileiro Lula manifestou-se a favor de “quantos países queiram entrar, desde que cumpram as regras que estão sendo estabelecidas”, citando nominalmente a Argentina, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

Por sua vez, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi, enfatizou que tais alegações são falsas. “Temos visto algumas especulações infundadas… de que a Índia tem reservas contra a expansão [do BRICS]. Isso simplesmente não é verdade”, disse ele.

À Sputnik, o analista de Relações Internacionais, Adriel Kasonta, baseado em Londres, atribuiu essas especulações ao desejo de adiar essa ampliação, por temor ao impacto disso sobre a manutenção da hegemonia ocidental, e tentativa de semear a discórdia entre os membros do BRICS.

Outra expressão disso foi a tentativa de forçar a África do Sul a hostilizar o presidente russo Vladimir Putin com a provocação cometida pelo TPI. Em relação à Índia, tentam atraí-la para uma posição de confronto com a China.

Com relação aos motivos prováveis ​​das potências ocidentais, Kasonta assinalou que o BRICS atualmente se posiciona como um “concorrente sério” não apenas da hegemonia dos EUA, mas “da hegemonia ocidental e do imperialismo ocidental”.

“Acho que o BRICS é o último passo para a plena soberania do Sul Global e dos países cuja participação não estava em mente quando os países ocidentais formavam organizações internacionais como Bretton Woods, instituições como o FMI ou o Banco Mundial”, ressaltou.

O “objetivo final” do BRICS é “ser o marco final na longa tentativa de líderes do Sul Global, como [o líder da independência de Gana] Kwame Nkrumah… de romper com o neocolonialismo”.

Fonte: Papiro