China avança enquanto EUA fica estagnado em patentes referentes a tecnologia de ponta | Foto: Reprodução

O rápido crescimento tecnológico da China representa uma ameaça à base industrial de defesa dos EUA, cuja taxa de patentes estagnou nos últimos anos, revelou um estudo da empresa de pesquisa Govini, que tem como presidente o ex-subsecretário da Defesa, Bob Work.

O estudo aponta que em 12 áreas de tecnologias críticas a China segue ultrapassando Washington, apesar de quase US$ 200 bilhões em gastos do governo dos EUA em tecnologias-chave no ano fiscal de 2022.

São elas: Biotecnologia; Supercomputação; Modernização nuclear; Tecnologia Espacial; Inteligência Artificial; Comunicações Avançadas; Fabricação Avançada; Hipersônicos; Microeletrônica; Energia Renovável; Materiais Avançados e Energia Direcionada.

Govini alertou que em 2022 em todos os subsegmentos críticos de tecnologia a China ultrapassou os EUA em patentes concedidas. Desde 2018, o número total de patentes do país asiático vem aumentando constantemente e agora está em seu ritmo mais alto. Em comparação, o nível de patentes dos EUA em todos os subsegmentos de tecnologia crítica, com exceção da modernização nuclear, diminuiu nos últimos anos.

“As patentes são um indicador importante do domínio tecnológico no futuro. Elas são a semente para fazer novas descobertas que o colocam no topo da cadeia alimentar competitiva. Isso é o que mais me assusta porque a China está se saindo muito melhor do que nós em termos do número total de patentes”, disse Work, ex-subsecretário de Defesa, agora presidente da Govini, citado pelo portal Defense News.

Além disso, nessas 12 tecnologias críticas analisadas pelo estudo, os fabricantes e desenvolvedores norte-americanos são altamente dependentes de suprimentos chineses, segundo a diretora-executiva da Govini, Tara Dougherty.

“Como país, temos uma enorme dependência de todos os programas e atividades federais que abrangem essas 12 áreas de tecnologia em nosso maior concorrente geopolítico: a China”, disse ela.

Naturalmente, a desinteressada análise também tem o objetivo óbvio de sugerir que Washington, que já distribui dinheiro em escala descomunal para o Pentágono, aumente o jorro de dinheiro para armamentos e a tecnologia neles embutida.

Assim, na Cúpula de Segurança e Inteligência Nacional dos EUA no mês passado, o senador Mark Warner alertou que “se não investirmos mais, de semicondutores a capacidades aéreas, [inteligência artificial], análise quântica, biologia, energia avançada” e, se a China as dominar, “representará uma ameaça à segurança nacional tanto em termos de sua capacidade de espalhar sua influência ou, francamente, de nos desligar”.

Como é público e notório, não partiu da China a guerra tecnológica, mas sim, de Washington, que tenta manter à tona o mundo unipolar sob regras de seu império financeiro-militar, visivelmente falido.

Fonte: Papiro