“Não esquecemos a contribuição da Rússia à liberdade da África”, diz filho de Lumumba
Apesar de todos os esforços da mídia ocidental, os africanos respeitam e simpatizam com a Rússia porque a União Soviética ajudou várias nações do continente a se livrar dos grilhões do colonialismo, disse à RT Roland Lumumba, diretor da Fundação Patrice Emery Lumumba e filho do líder congolês assassinado pelos colonialistas e pela CIA em 1961.
“Com a Rússia, tudo o que aconteceu foi em pé de igualdade”, disse Roland Lumunba. “Não esquecemos que [a URSS] contribuiu para a nossa liberdade, ajudou alguns países africanos a libertarem-se do estatuto de colônias que então tinham.”
Ele assinalou que as relações entre a África e o Ocidente ainda estão contaminadas pelo colonialismo. “Cooperamos”, disse ele, “mas não como iguais”.
Patrice Lumumba, o primeiro-ministro da República Democrática do Congo em 1960, ex-colonia belga rica em riquezas minerais, recebeu a ajuda da União Soviética quando os colonialistas e separatistas atentaram contra a libertaçao do país, depois de EUA e a ONU recusarem pedido de apoio. Lumumba foi deposto em um golpe, aprisionado, torturado e assassinado e teve seu corpo dissolvido. Ele continua sendo um ícone do pan-africanismo e do anticolonialismo, e seu filho acredita que sua aproximação com a URSS forjou uma ligação permanente entre a Rússia e o Congo que persiste até hoje. Como acontece em outros países africanos – como Moçambique e Angola – que a União Soviética apoiou durante a luta pela descolonização, assim como a África do Sul sob o apartheid.
“Se falarmos sobre a parte francófona da África, sobre a mídia que tem muita influência, que é ouvida, então eles são pelo menos 90% da mídia ocidental”, afirmou Roland Lumumba. “A atitude deles em relação à cooperação [com a Rússia] é, obviamente, hostil, mas o homem comum não experimenta essa hostilidade.”
“Apesar da propaganda que é feita em África contra os russos, nota-se que não atinge as pessoas como se pretendia”, disse. Lumumba conversou com a RT à margem da segunda Cúpula Rússia-África em São Petersburgo, que terminou na sexta-feira (28).
A cúpula foi concluída com a adoção de um documento de 74 pontos que descreve as principais áreas de cooperação com Moscou, desde comércio e segurança até energia nuclear e mudança climática. A Rússia também manifestou seu apoio ao ingresso da União Africana como integrante pleno do G20 (como já acontece com a União Europeia). A Rússia também se comprometeu em enviar gratuitamente entre 25.000 e 50.000 toneladas de grãos para Burkina Faso, Zimbábue, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia.
Fonte: Papiro