Paralisação conjunta das duas categorias é a primeira em seis décadas | Foto: AFP

Maior e mais prestigiado prêmio atribuído a programas e profissionais de televisão nos Estados Unidos, a 75ª edição do Emmy não acontecerá mais no dia 18 de setembro, como planejado originalmente. Da mesma forma que várias produções e eventos do setor de entretenimento de Hollywood, a premiação precisou ser adiada em virtude da greve que unifica atores e roteiristas.

Essa é a primeira vez que a premiação da tv norte-americana é adiada em 22 anos. A última postergação havia sido feita em 2001, por conta do ataque ao Pentágono e à destruição das Torres Gêmeas.

Após inúmeras tentativas fracassadas de negociação com os estúdios, os atores de Hollywood entraram em greve em julho, se somando à dos roteiristas, iniciada em maio. Diante da força da mobilização, praticamente todas as produções de Hollywood foram forçadas a fechar, com um impacto imediato na indústria com estreias e turnês publicitárias canceladas, projetos adiados e cenários abandonados.

A paralisação conjunta é a primeira que reúne as duas categorias desde 1960, representadas pelo Sindicato dos Atores (SAG) e pela Federação Americana de Artistas de Televisão e Rádio (AFTRA), que congregam mais de 160.000 profissionais dos Estados Unidos, incluindo o cinema.

A audiência da transmissão anual caiu nos últimos anos, mas Hollywood ainda conta com o Emmy para a promoção, pois sempre que um programa, ator, diretor, músico ou outro criador de conteúdo é indicado, são divulgados comunicados à imprensa, anúncios e entrevistas.

As entidades não têm conseguido avançar as negociações com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que reúne grandes conglomerados como Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner, NBC Universal, Paramount e Sony.

A reivindicação dos atores é que os grandes produtores cinematográficos concordem com uma remuneração reajustada pela inflação, pagamentos autorais por ganhos residuais (como reprises ou obras destinadas a novas plataformas de streaming) e a solicitação de encomendas de séries com temporadas mais curtas, além da regulação de pagamentos relacionado ao uso de criação por parte de sistemas de inteligência artificial.

Além dos pagamentos quando estão atuando, os atores recebem royalties toda vez que uma produção em que participam é exibida na televisão, de acordo com conquistas anteriores da categoria. Agora os atores exigem que os serviços de streaming, como Netflix e Disney+, divulguem números de audiência, ao invés de pagarem aos atores a mesma taxa fixa, independente do volume de audiência.

Fonte: Papiro