Presidente Luis Arce assegura que reservas são agora de 23 milhões de toneladas de lítio | Foto: Divulgação

“Ter e confirmar que somos a primeira reserva mundial de lítio ao aumentar sua dimensão de 21 para 23 milhões de toneladas é uma notícia muito importante para todo o planeta. Continuamos a ser a vanguarda, o país com maiores reservas do mundo”, comemorou o presidente Luis Arce Catacora, festejando as novas descobertas. O mineral é componente essencial para a fabricação de pilhas recarregáveis, muito utilizadas em equipamentos eletrônicos portáteis e baterias de carros elétricos.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (20) durante o ato de fundação dos 57 anos do município de Coipasa, em Oruro. Para alcançar tal proeza, a estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB) perfurou 46 poços em Coipasa e outros 20 em Pastos Grandes, em Potosí.

“O governo nacional está comprometido com a industrialização e um dos recursos estratégicos é o lítio”, destacou Arce, frisando que a Bolívia deve “manejar de forma inteligente” suas reservas, “para explorar e transformar este recurso”, com soberania, desenvolvimento, para a melhoria crescente da qualidade de vida para todos.

PARCERIA COM EMPRESAS CHINESAS E RUSSAS

De acordo com o mandatário, o país tem inúmeras empresas interessadas em explorar e transformar o lítio boliviano, “por ser um recurso estratégico e demandado no mundo”, citando as parcerias da YLB com empresas chinesas e russas no desenvolvimento da tecnologia EDL (Extração Direta de Lítio, método que economiza água e energia elétrica).

“A primeira empresa a investir na Coipasa é a YLB, que trabalhou em conjunto com a Universidade Técnica de Oruro (UTO), e que vai produzir carbonato de lítio e cloreto de potássio com tecnologia, mãos e cérebros bolivianos, em saudável competição com empresas estrangeiras”, acrescentou.

O ministro de Hidrocarbonetos, Franklin Molina, frisou que a YLB está realizando um programa de exploração e quantificação nas salinas de Cañapa, Capina, Chiguana e Empexa, bem como em Pastos Grandes, o que poderá aumentar ainda mais as reservas.

Em janeiro deste ano a YLB assinou um acordo com o consórcio chinês CBC (Catl Brunp & Cmoc) com o objetivo de localizar dois complexos industriais com tecnologia de EDL. Neste projeto foram investidos US$ 1,4 bilhão na construção de duas fábricas nas salinas de Uyuni e Coipasa, com capacidade de produção de até 50 mil toneladas de carbonato de lítio por ano.

Cada um dos complexos terá a capacidade de produzir até 25 mil toneladas por ano de carbonato de lítio, grau bateria, com 99,5% de pureza, e processos de semi-industrialização e industrialização na cadeia evaporítica. O preço do lítio para baterias alcançou cerca de US$ 85.000 por tonelada até o final do ano passado.

Da mesma forma, em junho, foram assinados acordos com a chinesa Citic Guoan e a russa Uranium One Group, também de US$ 1,4 bilhão para a construção de duas usinas com tecnologia EDL em Pastos Grandes e Uyuni.

ELETRIFICAÇÃO E RODOVIAS

Arce também confirmou importantes investimentos em Coipasa, que terão início imediato, para a ampliação da eletrificação e de rodovias, a fim de que o município tenha condições de acolher as empresas interessadas em explorar e transformar o lítio.

Participando recentemente em Bruxelas da III Cúpula da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente disse ter constatado o crescente “interesse” de países europeus pelo lítio boliviano e outros “minerais e metais estratégicos”.

Para esta empreitada ser vitoriosa, Arce acredita que será fundamental o trabalho integrado com o Chile e a Argentina, promovendo o desenvolvimento da América do Sul a partir do lítio. Os três países detêm cerca de 65% de todas as reservas mundiais do mineral.

Fonte: Papiro