País investe em ciência, tecnologia e parcerias com soberania | Foto: Cedib

O vice-ministro de Orçamento e Contabilidade Fiscal da Bolívia, Zenón Mamani, afirmou esta semana que o governo de Luis Arce não compartilha da visão “pessimista” externada pela agência de classificação de risco Moody’s Investors Service sobre o país, destacando ser curioso o rebaixamento ter sido anunciado assim que foram estabelecidos acordos estratégicos para a industrialização do lítio. O mineral é componente essencial para a fabricação de pilhas recarregáveis, muito utilizadas em equipamentos eletrônicos portáteis e baterias de carros elétricos.

No sábado, a Moody’s comunicou ter alterado sua perspectiva sobre a Bolívia de “classificação em revisão” para “negativa”.

Com o fortalecimento da estatal Yacimientos del Litio Bolivianos (YLB), uma das parcerias com o grupo chinês CBC – escolhido por licitação – estabelece que será feita a extração direta dos salares de Potosí e Oruro, onde se encontram 21 milhões de toneladas de lítio, as maiores reservas do mundo do mineral, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. As projeções são de que até o primeiro trimestre de 2025 a Bolívia já esteja exportando baterias de lítio produzidas com matéria-prima nacional.

“Recentemente, assinamos um novo acordo com a China e a Rússia. O que a Moody`s faz? Reduz a classificação”, declarou Mamani, frisando que o governo boliviano vai “expressar oficialmente ao Moddy’s nosso critério de que obviamente não compartilhamos com os resultados que eles divulgaram”.

“Não compartilhamos da perspectiva negativa que nos avaliam porque não consideram as variáveis macroeconômicas positivas que tivemos como resultado do Modelo Econômico Social Comunitário e Produtivo (MESCP) desde 2021 até o momento”, declarou o ministro.

Derrotado o governo da golpista Jeanine Áñez, no final de 2020, ano em que o país registrou um retrocesso de -8,7% no seu Produto Interno Bruto (PIB), logo o país cresceu 6,1% em 2021, 3,5% em 2022 e projeta uma recuperação de 4,86% este ano, informou. Além disso, Zenón Mamani lembrou que a Bolívia tem uma inflação acumulada de 0,6% até maio deste ano, a menor taxa da América do Sul.

Sobre a recuperação econômica, o ministro reitera que “isso não somos nós quem estamos dizendo, a perspectiva de crescimento é apontada pelo Banco Mundial, que coloca que nosso país está entre os países que mais crescerão na região”.

Vale lembrar que Elon Musk, presidente da Tesla, maior produtora de carros elétricos do mundo, admitiu que foi um dos patrocinadores do golpe de Áñez, em novembro de 2019.

Fonte: Papiro