Juros mantidos em 13,75% para descontentamento geral
Nem com todos os apelos da sociedade os juros foram cortados pelo Banco Central. O Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, anunciou, nesta quarta-feira (21), que a taxa básica de juros, a taxa Selic, será mantida em 13,75% ao ano. Esta e a sétima vez consecutiva que a Selic é mantida neste patamar, o mais alto desde 2016, quando chegou a 14,25%.
Na terça-feira (20), quando o Copom iniciou a reunião que teve como definição hoje a manutenção da Selic, o movimento sindical realizou manifestações em frente às unidades do BC pelo país pela redução dos juros. As críticas tem sido endereçadas diretamente ao presidente do banco, Roberto Campos Neto.
Desde o início do ano existe uma cobrança por parte do governo, da sociedade e de diversos empresários pelo corte da Selic.
A empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, chegou a cobrar o presidente do BC cara a cara em evento organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo. Ela disse: “Já tivemos muito remédio amargo, se estou defendendo é pela pequena e média empresa. Queria pedir, por favor, para dar um sinal de que vai baixar esses juros”.
A próxima reunião do Copom será nos dias 1 e 2 de agosto.
Comunicado
No comunicado sobre a manutenção dos juros, o BC justifica a decisão pela “persistência das pressões inflacionárias globais”, “incerteza residual sobre o desenho final do arcabouço fiscal” e pela espera de uma “desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos”.
O texto ainda ressalta que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação.
“Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, traz o texto.
Ainda segundo o informativo, o “Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”