Filho do presidente dos EUA se declarou culpado na terça-feira, 20 | Foto: AFP

Hunter, o segundo filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fechou um acordo às pressas com o Ministério da Justiça, nesta terça-feira (20), e admitiu ser culpado de três crimes: duas acusações de fraude fiscal por não pagar o Imposto de Renda e uma por posse ilegal de arma.

O acordo de confissão, segundo o jornal Washington Post, livra Hunter da prisão. Foram infrações fiscais, relativas aos anos de 2017 e 2018, no valor de aproximadamente US$ 1,2 milhão. Além disso, ele admitiu a compra de uma pistola em 2018 quando estava viciado em drogas, o que é infração apontada como delito grave.

O promotor disse que não acusará Hunter – hoje com 53 anos – por esse terceiro delito, desde que ele permaneça pelos próximos dois anos longe das drogas e desista de portar armas de fogo no futuro.

As acusações iniciaram há cerca de cinco anos após uma investigação de David Weiss, procurador do Estado natal do presidente democrata, Delaware.

O acordo ainda deve ser sacramentado por um juiz federal e encerra uma longa investigação do Departamento de Justiça, evitando um processo que vem corroendo a imagem da Casa Branca.

“Eu sei que Hunter acredita que é importante assumir a responsabilidade por esses erros que cometeu durante um período de turbulência e vício em sua vida”, declarou Christopher Clark, advogado do jovem Biden.

Em 2013 se alistou na Força Naval e fez o juramento diante de seu pai – então vice-presidente – em uma cerimônia na Casa Branca. Mas já no seu primeiro dia de serviço, em uma base naval, testou positivo para cocaína e foi dispensado.

De acordo com a revista New Yorker, bebia em excesso após a morte de seu irmão, Beau, em 2015. Durante um período quase que só saia de casa para comprar vodka.

Em 2014, depois que o golpe contra o presidente legítimo, Yanukovich, guindou ao poder uma junta de feição nazista, resultado de conspiração encabeçada pelo próprio Joe Biden, então vice-presidente norte-americano, seu filho recebeu de presente uma sinecura de assessor da empresa de gás ucraniana, Burisma, recebendo um salário de US$ 50.000.

Quando o procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, acatou denúncias de corrupção na firma ucraniana, Biden moveu céus e terras para afastá-lo e, como retribuição, Joe e Hunter receberam, em troca, US$ 5 milhões cada um. Essa investigação foi levada a cabo pelo FBI e, segundo matéria recente da BBC, sua documentação está arquivada sob o número FD-1023.

“O presidente e a primeira-dama amam seu filho e o apoiam enquanto ele continua a reconstruir sua vida. Não faremos mais comentários”, concluiu Ian Sams, porta-voz da Casa Branca.

O presidente, que esteve em San Francisco (Califórnia), respondeu ao ser questionado sobre a decisão: “Tenho muito orgulho do meu filho”.

Fonte: Papiro