Com derrota e fuga de Bolsonaro, PL abandona o sonho do “1º milhão”
A filiação de Jair Bolsonaro ao PL, em novembro de 2021, foi considerada um marco para a legenda de Valdemar Costa Neto. Na visão dos dirigentes partidários, era possível crescer, crescer e crescer, passando velozmente de 761 mil filiados para 1 milhão.
Em meio à euforia, ninguém parecia lembrar que o então presidente da República havia fracassado na tentativa de criar o próprio partido de extrema-direita – o Aliança Pelo Brasil. Das 492 mil assinaturas necessárias para a fundação de um partido, os bolsonaristas conseguiram 180 mil.
As expectativas eram altas, mas não foi necessário esperar muito tempo para concluir que o sonho do “primeiro milhão” era inviável. Em abril de 2022, cinco meses após a adesão de Bolsonaro, o PL contabilizava apenas 770 mil filiados – um salto minguado de 1,2%.
No mesmo período, embalado pela pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o PT registrava um salto maior, de 1,5%, alcançando a marca de 1,63 milhão de filiados. O líder no ranking – e único partido com mais de 2 milhões de filiados – era o MDB.
A derrocada do bolsonarismo mostrou, de uma vez por todas, que a meta do PL era descabida. A derrota eleitoral de Bolsonaro, seguida da fuga para os Estados Unidos, sepultou em definitivo os planos.
Dados compilados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram que, em abril de 2023, o PL continua com os mesmos 770 mil filiados. Embora detenha a maior bancada de deputados na Câmara Federal, a sigla estagnou.
Hoje, o PL é apenas o oitavo partido do País em número de filiados, atrás de MDB, PT, PSDB, PP, PDT, União Brasil e PTB – todos com mais de 1 milhão de adesões. De cada cem brasileiros filiados a algum partido político, somente quatro escolheram a legenda de Bolsonaro.