Delegação russa participou de encontros com dirigentes cubanos em Havana | Foto: RT

Fórum cubano-russo encerrado nesta sexta-feira (19) em Havana com a presença do vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Chernishenko, e do vice-primeiro-ministro cubano, Ricardo Cabrisas, marcou os avanços na cooperação econômica e em relação ao uso do rublo no comércio bilateral.

O intercâmbio comercial entre a Rússia e Cuba triplicou no ano passado e chegou a 452 milhões de dólares, sendo que, no primeiro quadrimestre de 2023, o total foi multiplicado por nove, comparado com igual período de 2022. Desde março, os caixas eletrônicos cubanos começaram a aceitar cartões do sistema de pagamento russo Mir.

Chernishenko se referiu aos acordos para o fornecimento a Cuba de petróleo e derivados e de grãos e ao projeto de passar os pagamentos do comércio bilateral para moedas nacionais. Também foi concluída com assistência russa a modernização da siderúrgica Antillana de Acero, que produzirá cerca de 230 mil toneladas de aço por ano.

Cabrisas defendeu o aumento e diversificação das exportações cubanas para reduzir o desequilíbrio existente no intercâmbio comercial entre os dois países. Ele assinalou, ainda, que o fórum fortalece não só as relações entre a Rússia e Cuba, mas também entre a Eurásia e a América Latina, já que as duas nações são fundamentais nas relações inter-regionais.

“Cuba é nosso parceiro chave e aliado de confiança na região da América Latina e Caribe. Valorizamos a natureza especial das relações russo-cubanas, baseadas nos princípios de amizade, respeito mútuo, que não dependem da situação externa”, aquiesceu Chernishenko. Ele anunciou que “estão em andamento os trabalhos para inaugurar a Casa de Comércio Russa em Havana”.

Cabrisas saudou o aumento da presença russa nos planos de desenvolvimento socioeconômico de Cuba até ao ano 2030, depois de destacar a presença de representantes de mais de 150 empresas russas e cubanas na décima-primeira edição do fórum As mesas temáticas do encontro identificaram novos projetos nas áreas de transporte, agricultura, agronegócio, construção e turismo.

Cuba passa por “um dos momentos mais difíceis em 64 anos de Revolução”, disse o vice-primeiro-ministro Cabrisas, denunciando a “hostilidade sem precedentes dos Estados Unidos como parte de uma guerra econômica”.

A inclusão de Cuba na espúria e arbitrária lista elaborada por Washington de países que ‘dão suporte ao terrorismo’ prejudica suas relações financeiras internacionais, denunciou o dirigente cubano. Mais de 100 bancos de outros países suspenderam as operações com o sistema bancário cubano sob esta alegação, apontou.

Cuba – acrescentou Cabrisas – também busca a colaboração da Rússia no uso de energias renováveis ​​que promovam aqui uma mudança na matriz energética. Além disso, deseja contar com os avanços das empresas russas em matéria de edificações, com benefícios para o desenvolvimento de um tema delicado como o fundo habitacional, ao mesmo tempo em que espera investimentos russos na produção de açúcar.

Em solidariedade a Cuba, em fevereiro a Rússia enviou 25.000 toneladas de trigo e agora anunciou a entrega de 14.500 luminárias para as ruas de Havana. Chernishenko solicitou ainda que atletas cubanos participem no torneio internacional Jogos do Futuro, que irá ocorrer em março de 2024 na cidade russa de Kazan.

Fonte: Papiro