Juiz Eduardo Appio. Foto: Reprodução/Justiça Federal

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal da Curitiba, responsável pela Operação Lava Jato, foi afastado de suas funções após decisão do Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) tomada nesta segunda-feira (22). 

A decisão atende a uma representação feita pelo desembargador federal Marcelo Malucelli. Segundo ele, seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), teria recebido uma ligação telefônica com ameaças em abril.

De acordo com o blog da jornalista Andrea Sadi, o Conselho do TRF-4 apontou indícios de que Appio teria feito o telefonema para o filho de Marcelo Malucelli, se passando por um servidor da área saúde da Justiça Federal. Horas antes, Appio teria acessado duas vezes um processo judicial em que havia o telefone de João Malucelli. 

Devido à proximidade entre João e Moro, Marcelo Malucelli chegou a se declarar suspeito para analisar casos envolvendo a Lava Jato, em abril, após decisão relacionada ao advogado Rodrigo Tacla Duran. Na avaliação da Justiça de Curitiba, sua decisão restabeleceu uma ordem de prisão contra Duran que Appio havia suspendido. 

“Estou totalmente alheio a toda esta barbaridade”, disse Appio ao mesmo blog nesta terça-feira (23), sobre o seu afastamento. O juiz terá 15 dias para apresentar sua defesa. O afastamento será avaliado pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que poderá manter ou reverter a decisão.

O jornalista Luís Nassif, que acompanha há anos os desdobramentos da Lava Jato e diversas irregularidades envolvendo a operação, disse que com o afastamento de Appio, TRF-4 “acaba de atravessar o rubicão estreito, que separa a legalidade do ativismo político” e classificou a alegação de “bisonha”. 

Com agências

(PL)