Ninho de foguetes terra-ar Patriot é destruído no ataque de míssil Kinzhal | Foto: Kanal 13

Um sistema norte-americano de mísseis terra-ar Patriot foi destruído por um míssil hipersônico russo Kinzhal (Punhal) em Kiev, lançado de um interceptador MiG-31K, durante um ataque de alta precisão realizado na terça-feira (16), anunciou em comunicado o ministério da Defesa russo.

“De acordo com dados confirmados de forma confiável, em 16 de maio, como resultado de um ataque do sistema de mísseis hipersônicos Kinzhal na cidade de Kiev, uma estação de radar multifuncional foi atingida e completamente destruída, bem como 5 lançadores do sistema de mísseis antiaéreos Patriot de fabricação norte-americana”, disse o comunicado.

No momento, o regime de Kiev possuia duas baterias Patriot, uma entregue por Washington e a outra, em conjunto por Berlim e Amsterdã. Ainda não se sabe oficialmente qual delas foi espatifada. No ataque, foram atingidos ainda depósitos de munição, armas e equipamentos militares, fornecidos pela Otan, e unidades das tropas ucranianas.

Colocado em serviço de combate em dezembro de 2017, o Kinzhal foi o primeiro sistema de mísseis hipersônicos no mundo a se tornar operacional. É capaz de atingir uma velocidade de até Mach 10 (12.250 km/h) ao mesmo tempo em que realiza manobras evasivas, o que ajuda o Kinzhal a ser praticamente invulnerável aos sistemas de defesa antimísseis inimigos. Tem um alcance de mais de 2.000 km.

Desde a Guerra do Golfo, os círculos imperiais vivem bajulando o Patriot, que ficou mais conhecido ali como “Idiot” (9% de índice de destruição dos velhos Scuds iraquianos). Atualmente, há dois tipos de Patriot, o PAC2, com quatro mísseis por lançador, e o PAC3, com 16.

FLASHES SOBRE O CÉU

Os Patriots, registrou o Komsomolskaya Pravda, chegaram a Kiev no mês passado com enorme alarde de Washington, que os anunciavam “praticamente onipotentes e invencíveis”. Mas aqui está o problema, acrescentou o jornal: “muito em breve, flashes no céu sobre Kiev se transformaram em explosões no solo”.

Washington reagiu ao comunicado russo, primeiro dizendo não poder confirmar, depois jurando que o dano fora “mínimo”, segundo a CNN. Há quem diga que a ‘conclusão’ se deve ao empenho em evitar dano nas ações da Raytheon em Wall Street.

Um blogueiro e ativista cibernético mundialmente conhecido, Kim Dotcom, ironizou a situação no Twitter. “30 US Patriot PAC-3 MSE a um custo de US$ 5 milhões por míssil. São US$ 150 milhões perdidos em 2 minutos. No final, as plataformas de lançamento do Patriot foram destruídas por mísseis russos. Por que algum militar ainda iria querer comprar o Patriot depois desse fracasso?”

Por sua vez o regime de Kiev passou a alegar, contra as limitações decorrentes das leis da Física e contra o bom senso em geral que, só naquela noite, destruiu “seis” mísseis hipersônicos – provavelmente com atiradeira ou cuspe.

Especialistas militares russos relataram como a operação mata-Patriot chegou a bom termo. Em primeiro lugar, os russos dispararam enxames de drones, iscas e mísseis anti-radar, para forçar o radar a se mostrar para a bateria poder responder, tornando-os visíveis para o disparo do Kinzhal e dos Kalibr, estes, para fazerem o arremate. Uma verdadeira emboscada aérea, observou o jornal russo Izvestia.

A cena do ninho de mísseis Patriot sendo explodido foi registrada por moradores de Kiev e viralizou. Pode-se ver a bateria disparando às cegas, até o Kinzhal fazer sua parte. Como o míssil hipersônico é capaz de atingir o alvo em segundos, não dá tempo para deslocar a bateria ou o radar.

A revista norte-americana de assuntos ligados à defesa, National Interest, havia observado, sobre o sistema antiaéreo Patriot, que não era a panacéia que tentavam imputar. Sem contar com uma adequada conjunção com um sistema mais geral de defesa aérea, o sistema pode se ver superestendido, levando a uma “cobertura porosa que não protege seus ativos defendidos ou uma cobertura que desaparece rapidamente quando o Patriot fica sem interceptores. Além disso, os próprios sistemas Patriot são vulneráveis. Operar um sistema de radar Patriot revela sua localização, tornando-o um alvo aberto para ataques russos. Isso significa que o Patriot não é um balcão único para defender os ativos militares da Ucrânia ou seu povo”.

CAÇA AOS CELULARES

Nesse quadro, os serviços de segurança do regime de Kiev lançaram uma caçada aos que haviam filmado e divulgado nas redes sociais o sistema Patriot sendo explodido na noite, evidentemente um ato anti-regime, vil e perigoso. A SBU também tomou a providência de “bloquear as câmeras de vigilância instaladas nas ruas da capital”, devido a que “registravam o funcionamento dos sistemas de defesa aérea”.

Em comunicado, a gestapo de Zelensky anunciou ter apurado as identidades de seis moradores da capital que teriam, ao postar vídeos “não autorizados” sobre o ataque, “divulgado ilegalmente informações sobre o funcionamento da defesa aérea”.

A SBU acusou os seis – e podem ter sido muitos mais – de “poderem revelar a localização e os detalhes da operação da defesa aérea nacional”, acrescentando que “em questão de minutos, esses vídeos” foram distribuídos por “numerosos canais de Telegram e mídia de propaganda russa”.

Alegando que essa divulgação poderia ajudar as forças russas na precisão de seus ataques contra Kiev, a SBU realizou buscas nas residências dos “acusados” e apreendeu “telefones celulares e equipamentos de informática usados para distribuir conteúdo proibido”.

A SBU disse, ainda, que esses “infratores” serão acusados criminalmente, podendo pegar “até 8 anos de prisão.”

As alegações de Kiev de que na semana passada abatera um míssil hipersônico russo e, na noite de terça, mais seis, mereceu uma resposta irônica do ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. “Eu já disse isso antes e vou repetir novamente: não lançamos tantos mísseis Kinzhal quanto eles supostamente derrubam em suas declarações todas as vezes”, afirmou.

Ele observou que o suposto número dessas “interceptações ucranianas” excede “nossos lançamentos em três vezes”. E eles confundem o tipo de mísseis o tempo todo; é por isso que não os atingem. Shoigu acrescentou que uma grande questão a ser esclarecida é quem controla os complexos de armas norte-americanos em uso na Ucrânia.

Fonte: Papiro