Foto: Agência Brasil

A taxa de desemprego aumentou em 15 estados e no Distrito Federal (DF) no primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada na quinta-feira (18), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o desaquecimento da atividade econômica – puxada pela política de juros altos do Banco Central (BC) -, a taxa de desemprego no país chegou a 8,8% no primeiro trimestre deste ano, sendo 0,9 ponto percentual (p.p.) acima do registado no quarto trimestre de 2022 (7,9%). Um acréscimo de mais 860 mil pessoas que procuraram emprego e não conseguiram colocação. Ao todo, são 9,4 milhões de brasileiros desempregados no país.

No período, a taxa de desemprego também avançou sobre 15 estados e no DF, do total de 27 Unidades da Federação. Entre os estados com as maiores taxas de desemprego no País estão a Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%), Amapá (12,2%), Distrito Federal (12%), Piauí (11,1%), e Alagoas (10,6%).

Veja a lista abaixo.

Reprodução IBGE

Na passagem de janeiro a março de 2023, havia aproximadamente 21,6 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil. O Piauí tem a maior taxa de subutilização (39,6%), seguido por Sergipe (33,4%) e Bahia (32,9%).

Já a taxa de informalidade no período foi de 39,0% da população ocupada (estimada em 97,8 milhões de pessoas). Ao todo, são cerca de 38 milhões de brasileiros sobrevivendo de atividade de trabalho sem direitos trabalhistas; que na sua maioria, vivem dos famosos “bicos”, que lhes proporcionam rendimentos miseráveis. Dentre as Unidades da Federação, as maiores taxas de informalidade ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%) e as menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

Dos que exercem atividades por conta própria, a soma chega a 25,2 milhões de pessoas no país. Rondônia (37,3%), Amazonas (32,5%) e Amapá (32,3%) estão entre os maiores percentuais das localidades com pessoas que se viram por conta própria.

Dentre as Unidades da Federação com maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado estavam Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%). Já os menores, no Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).

No período, o valor médio anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.880, ficando estável frente ao trimestre anterior (R$ 2.861). Mas o IBGE ressalta que o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta “estatisticamente significativa” do rendimento. As demais regiões permaneceram estáveis. A massa de rendimento real habitual (R$ 277,2 bilhões) também ficou estável na comparação com o trimestre anterior (R$ 279,5 bilhões).

Apesar do IBGE considerar que “após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, economistas apontam a desaceleração da economia no início do ano, pressionada pelos juros elevados. São inúmeras empresas que anunciaram recuperações judiciais e falências, a inadimplências das famílias e das empresas que avançou no período e a produção e o consumo que seguem esganados, refletindo na geração de empregos no país.

Fonte: Página 8